domingo, 26 de abril de 2009

SÃO NUNO DE SANTA MARIA ÁLVARES PEREIRA, novo Santo Português !


Dom Nuno Álvares Pereira tornou-se o oitavo santo português. À cerimónia de canonização, realizada este domingo em Roma e presidida pelo Papa, assistem cerca de 20 mil pessoas. Bento XVI elogiou a vida do agora São Nuno, o Condestável.


Nuno Álvares Pereira nasceu a 24 de Junho de 1360, provavelmente em Cernache do Bon­jardim, sendo filho ilegítimo de Álvaro Gon­çalves Pereira, Prior do Crato, e de Iria Gonçalves do Carvalhal. Legitimado por de­creto real, pôde receber a educação cavalhei­resca típica dos filhos das famílias nobres do seu tempo. Aos treze anos torna­‑se pajem da rainha D. Leonor, acabando por ser cavaleiro pouco depois. Aos dezas­seis anos casa-se, por vontade de seu pai, com D. Leonor de Alvim, senhora viúva de nobre linhagem de Entre Douro e Minho. Des­ta união nascem três filhos, dois do sexo masculino, que morrem em tenra idade, e uma menina, Beatriz, a qual mais tarde viria a desposar o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.
À morte de D. Fernando I, em 1383, sem ter deixado filhos varões, para ser fiel à ter­ra onde nasceu Nuno tomou o partido do Mestre de Avis, D. João I, pretendente ao trono de Portugal. Nomeado Condestável, isto é, Co­mandante supremo, conduziu o exército português a vitórias sucessivas até à decisiva batalha de Aljubarrota (14/08/1385), que deter­minou a resolução do conflito.
Os dotes militares de Nuno eram acompa­nhados por uma espiritualidade sincera e pro­funda. O amor pela eucaristia e pela Virgem Maria são a trave-mestra da sua vida interior. Assíduo à oração, jejuava em honra da Vir­gem Maria às quartas, sextas, sábados e nas vigílias das suas festas. Assistia diariamente à missa, embora só pudesse comungar por ocasião das maiores solenidades. O seu estan­darte pessoal tem as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros S. Tiago e S. Jorge. Fez construir à sua custa numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais o Carmo de Lisboa.
Viúvo desde 1387, Nuno recusa novas núp­cias, tor­nando-se modelo de pureza de vida. Alcança­da a paz, dis­tribui pelos com­panheiros grande par­te dos seus bens e acabou por se desfazer de tudo em 1423, quando decide en­trar no convento carmelita por ele fundado, tomando o nome de frei Nuno de Santa Maria. Impeli­do pelo Amor, abandona as armas e o poder para se revestir da armadura do Espírito re­comendada pela Regra do Carmo: era a opção por uma mudança radical de vida em que sela o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado. Passou então a dedicar-se a pedir esmola em favor do convento e sobre­tudo dos pobres, os quais continuou sempre a assistir e a servir. Em seu favor organiza a distribuição quotidiana de alimentos, nunca voltando as costas a um pedido. O Condes­tá­vel do rei de Portugal, o Comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao en­trar no convento recusa todos os privilégios e assume como própria a condição mais hu­milde, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor, de Maria – a sua terna Padroeira que sempre venerou –, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.
O dia da morte de frei Nuno de Santa Maria foi o domingo de Páscoa, 1 de Abril de 1431, passando imediatamente a ser reputado de “santo” pelo povo, que desde então o come­ça a chamar “Santo Condestável”.
Beatificado por Bento XV em 23 de De­zembro de 1918, vai ser inscrito no álbum dos Santos no dia 26 de Abril de 2009.
Aprendamos com S. Nuno a ser santos. E seremos também melhores cidadãos.
Fonte: Boletim Paroquial "Igreja Viva" da paróquia de S. Lourenço de Ermesinde,
3º Domingo da Páscoa, 2009

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