quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

NATAL DO SENHOR !


Há dois mil anos, em Belém, na Palestina, foi Natal.
Por vezes, as palavras são-nos tão familiares que nem nos lembramos de as relacionar com a sua origem. Natal significa nascimento. Naquele dia foi apenas mais um nascimento. Um jovem casal alegrou-se com o parto de uma criança. Mais uma, na longa existência da humanidade.
Segundo os homens de fé, a mãe da criança era - e continuou e continua - virgem; o pai, um homem excepcionalmente virtuoso, José de seu nome, conseguiu fé para acreditar que o filho da sua jovem esposa, Maria, que ele não gerara, era obra de Deus! O bebé chamou-Se Jesus. Foi mais um a nascer, mas não apenas mais um.
Desde os princípios da existência humana que o Seu nascimento era aguardado, porque Ele era, e é, a salvação para todos os homens, de todas as gerações. Ele redime-nos dos nossos pecados para nos conduzir à eternidade gloriosa que a Deus pertence. Se foi pela Cruz que Jesus nos salvou, foi pela sua concepção e nascimento, através da Virgem Maria, que Jesus chegou à Cruz.
É preciso cantar o Amor de Deus que, no Natal, se entrega aos homens.
O Filho veio dar testemunho do Pai, para que nós - dando testemunho d'Ele -, sejamos também testemunhas do Pai.
Anunciar o Natal, é levar Deus e a sua infinita bondade aos corações dos homens.
Todos os homens e mulheres baptizados no Espírito Santo são profetas e, por isso, têm como missão, não só viver o Natal, mas também anunciá-lo, professar publicamente a sua fé na Encarnação de Deus.

sábado, 19 de dezembro de 2009

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DO Ó !



Bendita sejais, Maria, Virgem e Mãe!
O Senhor vos deu a plenitude da graça e da alegria
na doce espera de Jesus.
Nós vos pedimos pelos esposos que desejam o dom de um filho:
ajudai-os nesta esperança a apoiarem-se no caminho da vida.
Lembrai-vos dos que abriram o seu coração à adopção,
para que se mantenham alegres na sua generosidade.
Olhai com amor, Mãe querida,
para as mulheres que vivem, como vós vivestes,
a maravilha de acolher no seu ventre uma vida nova
e esperam ansiosas o momento ditoso
em que ouvirão o primeiro vagido do seu bebé
para vos darem graças pelo dom maravilhoso
que o Criador lhes oferece.
Velai especialmente, Virgem da ternura
pelas mulheres que enfrentam sós este momento,
sem apoio e sem carinho, para que possam sentir o amor do Pai
e descobrir que cada criança que vem ao mundo é uma bênção.
Abençoai também aqueles que já receberam
os nomes formosos de «pai» ou de «mãe»,
para que convosco dêem graças a Deus pela sua grandeza
manifestada no menino recém-nascido.
Finalmente, recolhei-nos a todos no grande abraço do Espírito Santo,
para que mostremos ao mundo que podemos viver como irmãos,
porque todos somos filhos de Deus.

Ámen.
Fonte: Boletim Igreja Viva (Paróquia de S. Lourenço de Ermesinde)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

Mais do que qualquer outro tempo do Ano Litúrgico, o Advento é tempo de Maria, pois é nele que A vemos em mais íntima relação com o Seu filho, ao Qual está unida «por vínculo estreito e indissolúvel». Se o Senhor veio ao meio dos homens, se Ele vem ainda, é por meio de Maria. N’Ela se cumpre, na verdade, o mistério do Advento.
Embora, na sua origem e no seu princípio, a Solenidade da Imaculada Conceição, que vem do século XI, não nos apareça em ligação com o Advento, contudo ela é uma verdadeira festa do Advento. Ela é a aurora que precede, anuncia e traz em si o Dia novo, que está para surgir no Natal.
Enaltecendo a Virgem Maria, esta Solenidade, em vez de nos desviar do Mistério de Cristo, leva-nos, pelo contrário, a exaltar a obra da Redenção, ao apresentar-nos Aquela que foi a primeira a beneficiar dos seus frutos, tornando-se a imagem e o modelo segundo o qual Deus quer refazer o rosto da Humanidade, desfigurado pelo pecado.
Assim como na aurora se projecta a luz do sol, de cujos raios ela tira a vida, assim em Maria Imaculada se reflecte o poder do Salvador que está para vir: a Seus méritos Ela deve, com efeito, o ter sido «remida de modo mais sublime».
Festa de Advento, a Solenidade da Imaculada Conceição constitui uma bela preparação para o Natal.
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Virgem Santíssima,
que fostes concebida sem o pecado original
e por isto merecestes o título
de Nossa Senhora da Imaculada Conceição
e por terdes evitado todos os outros pecados,
o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras:
"Ave Maria, cheia de graça";
nós vos pedimos que nos alcanceis
do vosso divino Filho o auxílio necessário
para vencermos as tentações
e evitarmos os pecados e,
já que vós chamamos de Mãe,
atendei-nos com carinho maternal
e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos.
Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

SANTOS PORQUE ELE É SANTO !


“Sede santos, porque Eu sou santo” – diz-nos o Senhor.
Porque nos dará Deus uma ordem assim?
É que nós somos seus filhos; e, se o Pai é santo, os filhos devem sê-lo também.
Só os santos podem esperar a felicidade de ir gozar da presença de Deus, que é a própria santidade.
Com efeito, ser cristão e viver em pecado é uma contradição monstruosa.
Um cristão deve ser um santo.
Eis a verdade que a Igreja não cessa de nos repetir; e, a fim de a gravar nos nossos corações, apresenta-nos um Deus infinitamente santo, a santificar uma multidão infinita de santos...
Nós podemos ser santos e devemos trabalhar para chegar a sê-lo.
Os santos foram mortais como nós, fracos e sujeitos às tentações como nós; nós temos os mesmos auxílios, as mesmas graças, os mesmos sacramentos; mas é preciso fazer como eles... tomá-los por modelo...

[S. JOÃO MARIA VIANNEY, Sermão de Todos os Santos ]

sábado, 31 de outubro de 2009

FAZ SENTIDO REZAR PELOS DEFUNTOS? – Uma reflexão oportuna de Bento XVI


Alguns teólogos recentes são de parecer que o fogo [do purgatório] que simulta­nea­mente queima e salva é o próprio Cristo, o Juiz e Salvador. O encontro com Ele é o acto decisivo do Juízo. Ante o seu olhar, funde­‑se toda a falsidade. É o encontro com Ele que, queimando­‑nos, nos transforma e liber­ta para nos tornar verdadeiramente nós mesmos. As coisas edificadas durante a vida podem então revelar-se palha seca, pura fanfarro­nice e desmoronar-se. Porém, na dor deste encontro, em que o impuro e o nocivo do nosso ser se tornam evidentes, está a salva­ção. O seu olhar, o toque do seu coração cura-nos através de uma transformação certa­mente dolorosa «como pelo fogo». Contudo, é uma dor feliz, em que o poder santo do seu amor nos penetra como chama, consentindo­‑nos no final sermos totalmente nós mesmos e, por isso mesmo totalmente de Deus. […] No momento do Juízo, experimentamos e acolhemos este prevalecer do seu amor sobre todo o mal no mundo e em nós. A dor do amor torna-se a nossa salvação e a nossa alegria. É claro que a «duração» deste quei­mar que transforma não a podemos calcular com as medidas de cronometragem deste mundo. O «momento» transformador deste encontro escapa à cronometragem terrena: é tempo do coração, tempo da «passagem» à comunhão com Deus no Corpo de Cristo.
... No antigo judaísmo, exis­te também a ideia de que se possa aju­dar, através da ora­ção, os defuntos no seu estado intermédio (cf. por exemplo, 2Mac 12,38-45: obra do I século a.C.). A prática correspondente foi adoptada pelos cristãos com grande natura­lidade e é comum à Igreja oriental e ocidental. […] Às almas dos defun­tos, pode ser dado «alívio e refrigério» mediante a Euc­aristia, a ora­ção e a esmola. O facto de que o amor possa che­gar até ao além, que seja possível um mútuo dar e re­ceber, permane­cendo ligados uns aos outros por vínculos de afecto para além das fron­teiras da morte, constituiu uma convicção fundamental do cristianismo através de to­dos os séculos e ainda hoje permanece uma experiência recon­fortante. Quem não senti­ria a necessidade de fazer chegar aos seus entes queridos, que já partiram para o além, um sinal de bonda­de, de gratidão ou mesmo de pedido de perdão? Aqui levantar-se-ia uma nova questão: se o «purgatório» con­siste simplesmente em ser purificados pelo fogo no encontro com o Senhor, Juiz e Sal­vador, como pode então intervir uma terceira pessoa ainda que parti­cularmente ligada à outra? Ao fazermos esta pergunta, devere­mos dar-nos conta de que nenhum homem é uma mônada fechada em si mesma. As nossas vidas estão em profunda comunhão entre si; através de numerosas interacções, estão concatenadas uma com a outra. Nin­guém vive só. Ninguém peca sozinho. Ninguém se salva sozinho. Conti­nuamente entra na minha existência a vida dos outros: naquilo que penso, digo, faço e realizo. E, vice-versa, a minha vida entra na dos outros: tanto para o mal como para o bem. Deste modo, a minha intercessão pelo outro não é de forma alguma uma coisa que lhe é estra­nha, uma coisa exterior, nem mesmo após a morte. Na trama do ser, o meu agradeci­mento a ele, a minha oração por ele pode significar uma pequena etapa da sua purifi­cação. E, para isso, não é pre­ciso converter o tempo terreno no tempo de Deus: na comu­nhão das almas fica superado o simples tempo terreno. Nunca é tarde demais para tocar o coração do outro, nem é jamais inútil. Assim se esclarece melhor um ele­mento importante do conceito cris­tão de esperança. A nossa esperança é sempre essencialmente também esperança para os outros; só assim é verdadeiramente espe­rança também para mim [Cf. Catecsimo da Igreja Católica, n. 1032]. Como cristãos, não basta perguntarmo-nos: como posso salvar-me a mim mesmo? Deveremos antes perguntar-nos: o que posso fazer a fim de que os outros sejam salvos e nasça também para eles a estrela da esperança? Então terei feito também o máximo pela minha salva­ção pessoal. [Bento XVI, Enc. Spe Salvi, nº 48].

Fonte: Boletim Igreja Viva (Paróquia de S. Lourenço de Ermesinde)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PARTIU PARA O PAI O PADRE LUÍS KONDOR, VICE-POSTULADOR DA CAUSA DA CANONIZAÇÃO DOS PASTORINHOS DE FÁTIMA


Faleceu hoje, dia 28 de Outubro, em Fátima, o Padre Luís Kondor, Vice-Postulador da Causa da Canonização dos Pastorinhos de Fátima.
O corpo estará a partir das 18:00 de hoje, em câmara ardente, no Seminário do Verbo Divino, em Fátima.
O P. Luís Kondor era membro da Congregação do Verbo Divino.
Nasceu a 22.6.1928 em Csikvánd, na Hungria. Entre 1934 e 1939 frequenta a escola primária na sua terra.
Em 1940 entra para o internato dos Padres Beneditinos, de Gyor; posteriormente passa para o internato dos Padres Cistercienses, em Székesfehérvár.
Terminou o liceu em 1944, já depois da entrada dos russos na Hungria.
A 20.08.1946, com 18 anos de idade, entra na Congregação do Verbo Divino. Fez os primeiros votos a 8.09.1948 e começou os estudos de filosofia, ainda na Hungria.
Em Janeiro de 1949, por ordem do seu superior, fugiu para a Áustria, primeiro para Mödling e depois para Salzburg. Tendo sido também a Áustria invadida pelos russos, a 12.06.1950 refugiou-se, por ordem dos superiores, na Alemanha.
Foi ordenado presbítero a 28.08.1953, em St Augustin, na Alemanha.
Em 1954 foi enviado para Fátima, Portugal, onde chegou a 19 de Novembro desse ano.
Foi nomeado vice-prefeito do Seminário da sua congregação, cargo que exerceu durante 4 anos, dedicando-se também à pastoral vocacional na zona Norte de Portugal.
Em 8.07.1956 encontrou a Irmã Lúcia pela primeira vez; foi o primeiro de numerosos encontros ao longo dos anos (posteriormente, como Vice-Postulador terá licença para a poder visitar).
Em 1960 acompanhou D. João Pereira Venâncio, Bispo de Leiria, numa viagem de dois meses a vários países europeus. Depois desta viagem, a pedido do Bispo, ficou a trabalhar a meio tempo com o Bispo e a meio tempo no Seminário do Verbo Divino.
No Natal de 1960 foi-lhe atribuído o cargo de Vice-Postulador dos Pastorinhos, lugar que ocupou até à sua morte.
Em 1963 começou a publicar um boletim em sete línguas destinado a tornar conhecida a vida dos dois Pastorinhos e a relatar o andamento dos processos de beatificação. Para divulgação da fama de santidade dos Pastorinhos, o Bispo da diocese confiou-lhe a edição do livro «Memórias da Irmã Lúcia», que fez traduzir em diversas línguas e enviou para todos os continentes, incluindo os países sob o regime comunista.
Durante muitos anos conseguiu enviar com êxito, embora de maneira oculta, não só literatura sobre Fátima, mas também imagens de Nossa Senhora de Fátima para diferentes lugares da cortina de ferro.
Dedicou-se a diversas obras: em 1956 a construção do Monumento dos Valinhos, em 1959 a imagem de Santo Estêvão que se encontra na Basílica; de 1960 a 1965 colabora com D. João Pereira Venâncio na construção do Seminário Diocesano de Leiria, do Colégio S. Miguel e do Colégio da Marinha Grande; em 1964 a construção da Via Sacra e Capela do Calvário; de 1974-1997 colaborou na transferência de ajudas financeiras da Wel tkirche-Köln para dioceses, conventos, casas sacerdotais, paróquias e casas sociais em Portugal; de 1974-1997 colaborou com o Europäischer Hilfsfound das Conferências Episcopais da Áustria, Alemanha e da Suíça, no apoio a dioceses portuguesas; em 1979 a Construção da nova Casa Episcopal de Leiria; de 1975-1985 colaborou na construção dos novos Carmelos de Patacão (Faro), Bom Jesus (Braga) e São Bernardo (Aveiro).
Durante muitos anos, colaborou como intermediário entre instituições da Igreja alemã e obras nas dioceses Portuguesas. Entre os muitos apoios que consegue para a Igreja católica portuguesa, destaca-se: reconstrução de várias igrejas nos Açores, após o grande sismo de 1.01.1980.
Em 2000, com o apoio do Cardeal Meisner de Colónia, conseguiu que o Papa João Paulo II venha a Fátima, em 13 de Maio de 2000 beatificar os Pastorinhos, mesmo depois de já ter sido anunciada publicamente a beatificação em Roma.
A 15 de Novembro de 2004 recebeu o processo canónico da cura milagrosa atribuída aos beatos Francisco e Jacinta, que entregou em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos.
Em Março de 2004, foi homenageado pela “Fundação Ajuda à Igreja que Sofre” comemorando os seus 50 anos de Padre e de presença em Portugal.
Em 18 de Janeiro de 2006 recebeu a insígnia da Ordem de Comendador, atribuída pelo Presidente da República Jorge Sampaio.
Por ocasião da celebração das bodas de ouro sacerdotais diz o seguinte:
“Desde a minha infância que desejo ser sacerdote. Os meus pais enviaram-me para um colégio rigoroso, para fazer de mim um homem... Com 18 anos, entrei na Congregação do Verbo Divino, para me tornar missionário. Para isso, tive que deixar a minha pátria, e com 25 anos fui ordenado sacerdote. Desde então, passaram 50 anos. Se hoje olhar para trás e me recordar destes anos da minha vida, posso-vos assegurar que sou feliz na minha vocação, e testemunhar que vale a pena dedicar-se e entregar-se a Jesus Cristo, e trabalhar pela dilatação do Reino de Deus.
Como é visível do itinerário da sua vida e obra, a divulgação da Mensagem de Fátima e a Igreja em Portugal muito devem à acção deste zeloso sacerdote, que encomendamos à misericórdia divina.
O Bispo de Leiria-Fátima, ao mesmo tempo que anuncia a morte do P. Luís Kondor, dá graças a Deus pelo dom que foi este sacerdote.

P. Jorge Guarda, Vigário Geral de Leiria-Fátima

A celebração das exéquias será na sexta-feira, dia 30, às 11:00, na Basílica do Santuário de Fátima. O sepultamento será no cemitério de Fátima.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

FÁTIMA * 13 OUTUBRO 1917 (6ª APARIÇÃO)



Em 13 de Outubro de 1917, as crianças estavam rodeadas por uma multidão de 70.000 pessoas, sob uma chuva torrencial.
Lúcia disse novamente à Senhora: "O que queres de mim?". Respondeu: "Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora dos Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias.
A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas".
Depois Lúcia lhe disse: "Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir. Se curava uns doentes e se convertia uns pecadores...". - "Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados".
E tomando um aspecto mais triste: "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido".
"Quereis alguma outra coisa de mim?". - "Não quero mais nada".
Em seguida, abrindo as mãos, Nossa Senhora fê-las reflectir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projectar-se no sol. Lúcia nesse momento exclamou: "Olhem para o sol!". Então aconteceu o sinal prometido, o sol extraordinariamente brilhante, mas não a ponto de cegar. O sol começou a girar sobre si mesmo, projectando em todas as direcções feixes de luz de todas as cores que reflectiam-se e coloravam as nuvens, o céu, as árvores, a multidão. Parou por certo tempo e depois recomeçou, como antes, girando sobre si mesmo. De repente parecia que se destacava do céu para precipitar-se sobre a multidão que assistia aterrorizada, caia de joelhos e invocava misericórdia.
No entanto as crianças viram ao lado do sol Nossa Senhora vestida de branco com o manto azul e São José com o Menino que abençoava o mundo.
Depois desta visão, viram O Senhor que abençoava o mundo, com Nossa Senhora das Dores a seu lado. Desaparecida esta visão, viram Nossa Senhora do Carmo.
Terminado o milagre as pessoas deram-se conta das suas roupas estarem completamente secas.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

OUTUBRO, "MÊS DO ROSÁRIO" !



A Virgem de Fátima trouxe-nos a mensagem do Santo Rosário que não passou de moda, como pensam alguns.
O rosário abrevia o essencial do Evangelho e coloca-o profundamente em nós, até que no coração se sinta o eco da Boa Nova de Deus. É como uma semente que se coloca no sulco e germina, cresce, amadurece, até que dá frutos de vida: os frutos do Reino.O rosário é uma oração que não se limita à simples repetição, como se estivesse carecida de criatividade, é antes como uma roda de moinho de água, que em cada movimento sempre traz algo de novo.
O rosário é como o búzio marinho que capta em si o eco de todo o canto do mar. Nunca nos cansamos de ouvi-lo, quando o colocamos nos nossos ouvidos.
O rosário é como a coroa de flores que os príncipes colocavam na fronte das suas amadas. Cada rosa e cada gesto é uma bela poesia de amor. É assim como nós tomamos esse rosário – ou coroa de rosas – para ir ao encontro de Jesus e de Maria, no amor da Santíssima Trindade.Por isso, Paulo VI dizia que, “se o rosário não for uma oração contemplativa, é um corpo sem alma, um cadáver” (Marialis Cultus, 47).
Por isso, orar com o rosário é muito mais do que parece à primeira vista. O importante do rosário é que, limitando a oração a poucas palavras, repetidas lentamente, o coração vai absorvendo no seu interior a luz de Deus que brilhou em Maria e somos assim conduzidos ao serviço ao mundo que a caracterizou.
O rosário, em síntese, centra-se na contemplação do Evangelho em comunhão com Aquela que guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração (Lc 2, 19).
Em cada dezena do rosário repousamos amorosamente as agitações da nossa respiração até que suscite no nosso coração orante uma dinâmica interior que remova da nossa vida as suas inércias e nos ponha a voar alto nas profundidades de Deus.
Por último: no mais recente Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida da Igreja, somos exortados a dar cada vez mais importância à leitura orante da Palavra de Deus. Aqui, também encontramos a oração bíblica da Ave-Maria, como uma escola de oração que acompanha o exercício espiritual da “Lectio Divina”.
A “Ave-Maria” é uma escola de oração bíblica.
Se tomamos consciência do valor de cada uma das suas palavras, a nossa oração crescerá mais pelas rotas do Espírito.
Não necessitamos de uma palavra que sirva de “manancial” inicial, porque esta já foi dada no “Pai-Nosso”, com o grito “Abbá”, o qual permanece no horizonte de toda a oração cristã.
Com a “Ave-Maria” o que fazemos é um aprofundamento.
Como o “Pai-Nosso”, a “Ave-Maria” tem dois movimentos que reproduzem o palpitar do coração: o duplo movimento oracional do louvor e da súplica.
O primeiro movimento é de louvor e começa com o “Ave Maria”. O segundo movimento é de súplica e começa com o “Santa Maria, Mãe de Deus”.
O mais belo é que, enquanto nos dirigimos a Maria em louvor e súplica, ao mesmo tempo, juntamente com Ela, nos dirigimos a Jesus, que é o motivo do nosso louvor e o fundamento de toda a invocação. Revivemos com Maria os mistérios salvíficos do seu Filho e com Ela os meditamos no nosso coração.
Ao mesmo tempo, juntamente com Ela, podemos pedir juntos a intervenção do Senhor pelas nossas necessidades particulares.
É interessante e sempre novo: trata-se de um exercício espiritual tremendo. Com este tipo de oração tão privilegiado, o nosso coração vive uma tripla atenção: a Maria, a Jesus e às necessidades actuais de todas as pessoas. Por isso, é algo actual e nunca passará.
Fonte: Voz da Fátima nº 1044

PAPA PRESIDIRÁ ÀS CELEBRAÇÕES DO 13 DE MAIO EM FÁTIMA, NO PRÓXIMO ANO !



Foi com “júbilo transbordante” que D. António Marto, bispo de Leiria–Fátima, confirmou a notícia da visita de Bento XVI a Portugal, para presidir à Peregrinação Internacional Aniversária, em Maio de 2010. Esta é uma “visita desejada de ambas as partes”, dá conta o bispo de Leiria–Fátima durante uma conferência de imprensa, no Santuário.
D. António Marto, juntamente com D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, fez o primeiro convite a Bento XVI, em 2006, para o Papa presidir à celebração dos 90 anos das aparições. O mesmo convite foi reiterado durante a visita Ad limina que a CEP realizou em Novembro de 2007. Do encontro pessoal, D. António Marto recorda as informações que o Papa procurou ter acerca “do número de peregrinos e sobre a nova Igreja da Santíssima Trindade”.
Em Julho passado, quando o Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária, D. António Marto manifestou o desejo de receber o Papa no Santuário de Fátima, manifestação que foi saudada por uma salva de palmas dos peregrinos presentes.
“Sei que o Núncio enviou essa mensagem directamente para o Vaticano”, indica D. António Marto que recebeu a confirmação da visita de Bento XVI no passado Domingo.
A “luz verde” para a divulgação da visita foi hoje dada pela Secretaria de Estado do Vaticano.
O convite para um Papa visitar um país parte dos bispos e da Conferência Episcopal mas o convite oficial tem de ser feito pelo Presidente da República. Cavaco Silva, na visita que fez ao Vaticano, manifestou a vontade, em nome do Estado, de receber Bento XVI em Portugal, ficando, assim, reunidas as condições para uma visita oficial. "Conjugou-se tudo”, indica o bispo de Leiria – Fátima.
“Eu sei que o Papa várias vezes referiu a sua intenção de vir a Fátima, faltava encontrar uma data na agenda das viagens”, indicou.
D. António Marto espera que a visita de Bento XVI seja igualmente “viva” tal como foram as que João Paulo II fez a Portugal em 1982, 1991 e 2000.
“Todos sabem que este Papa tem um afecto particular por Fátima. De todos os Papas, Bento XVI foi o que mais penetrou no coração da mensagem e a soube interpretar para os tempos de hoje”, reconhece o bispo de Leiria – Fátima referindo que o melhor artigo sobre Fátima “na forma de interpretação da mensagem tal como na apresentação literária” é o comentário teológico que Bento XVI fez à terceira parte do segredo de Fátima, em 2000.
D. António Marto indica que o actual Papa, embora não “tenha o carisma mediático de João Paulo II” tem “ternura, afabilidade e uma capacidade de comunicar com clareza com o povo, que as audiências mostram bem”.
A visita de Bento XVI a Fátima ocorre em dias de semana. D. António Marto afirma que se fosse durante um fim-de-semana “viriam mais peregrinos, mas as pessoas vão corresponder”.
“Espero que seja um momento para uma grande manifestação da vitalidade da Igreja em Portugal, que tem o seu coração espiritual em Fátima”, indica o bispo.

Fonte: Agência Ecclesia

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PEREGRINAÇÃO ANIVERSÁRIA DE SETEMBRO - "A BELEZA E FORMOSURA DE MARIA"


ABERTURA DA PEREGRINAÇÃO:
SÓ O AMOR DE DEUS NOS RENOVA

"Aqui viemos renovar a nossa esperança para resistir à cruz da nossa vida e para nos deixarmos atrair à beleza espiritual de Maria".
D. Carlos disse também que os peregrinos vêm a este santuário para pedir a Nossa Senhora ajuda para "preces que carregamos dentro de nós, motivados por situações da nossa vida e pela vida dos nossos irmãos".
D. Carlos Azevedo reforçou ainda que, "nesta peregrinação, queremos corresponder, com muito grato amor, aos apelos apresentados por Nossa Senhora em Fátima: conversão, mudança de vida, oração e contemplação”.
"Mãe do tempo novo, Senhora de Fátima e Nossa Mãe, és o sinal de que só Deus nos consola, nos transforma e nos renova para a construção do mundo ", concluiu.

HOMILIA DA EUCARISTIA DE 13.09.2009,
CELEBRADA NO RECINTO DE ORAÇÃO DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

IRRADIANTE E CONVINCENTE BELEZA ESPIRITUAL DE MARIA

1. A sede de maravilha, de admiração, é uma constante dos corações, constitui um peregrinar incessante da alma humana. Na arte, na poesia, na ternura da relação humana buscamos saciar esta sede de encanto.
A Igreja vai ao encontro desta busca ao convidar-nos, nesta liturgia, a contemplar, com íntima alegria, a beleza espiritual de Maria, a candura de Maria Imaculada. Para nós, a beleza consiste na santidade, em ser imagem da bondade e da fidelidade de Cristo, o mais santo e, por isso, “o mais belo entre os filhos dos homens” (Sl 44,3). Depois de Cristo, todo o esplendor das criaturas, plasmadas pelo Espírito criador de Deus, se reflecte no fulgor espiritual de Santa Maria. Ela é “espelho inefável de um pensamento de divina perfeição”, como disse Paulo VI, que, como poucos, delineou com vigor o vibrar da beleza espiritual de Maria. Nesta criatura vemos a luz irradiante do Espírito, graças à obra do artífice divino, do Supremo artista do universo. Em Maria, nós, Povo de Deus, reconhecemos o modelo realizado da verdade original a que os crentes são chamados, por puro dom de Deus.
Esta celebração canta e transpõe para Maria a sapiência divina. Na sua boca, como sede da Sabedoria incarnada, colocamos expressões sublimes como a de hoje: “Eu sou a mãe do amor formoso”. “Em mim está toda a graça do caminho e da verdade, em mim está toda a esperança da vida e da virtude”. Estes deliciosos textos da Sagrada Escritura tratam da sapiência divina, poeticamente personificada, como base das coisas criadas. A singular beleza de Maria decorre de ser expressão corpórea da beleza invisível.
Nela brilha o Hóspede que a habita, porque traz no seio e esplendor do Novo Adão. Nela começam a manifestar-se as maravilhas de Deus que o Espírito Santo realizará em Cristo e na sua Igreja. Para reconstruir o paraíso perdido, a primeira célula desse mundo novo será Maria, admirável mãe de Jesus.

2.Porque lhe chamamos formosa?

- Santa Maria é formosa, antes de mais, por ser “cheia de graça”, “adornada com os dons do Espírito Santo” (Col 3), plena da harmonia dos bens encantadores de Deus. “Alegra-te, cheia de graça“ é a saudação de inefável e exultante júbilo do mensageiro Gabriel. É significativo que a primeira expressão dirigida à Graciosíssima, no Novo Testamento, seja um convite à alegria, à formosura vibrante da graça de Deus. Como não há-de gozar de trepidante alegria aquela da qual nascerá Jesus, a alegria de todos os povos, o mais engraçado, o mais belo na plenitude de humanidade, imagem perfeita da santidade do Altíssimo. A beleza das coisas terrenas é pálida diante do fulgor da superabundante vida de Deus que habita Maria. A sua vocação única implica uma vontade de amor singular da parte de Deus-amor, que lhe oferece gratuitamente as primícias da plenitude da graça. Inaugurou-se um novo regime de beleza. Se Moisés, os patriarcas e profetas tiveram graça aos olhos de Deus, quanto mais a alma de Maria cheiinha, envolvida e plasmada pela beleza encantadora de Deus. Porque, agora, era a raiz da sua existência, o núcleo profundo da sua realidade que acolhia o Senhor, dava morada à Palavra.
- Santa Maria é também formosa por amar com amor formoso a Deus, a Cristo e a toda a humanidade. Deus primou nesta criatura toda a eficácia da sua graça. Em Maria tem início a maior das obras de Deus, na história humana e na vida do mundo. Mas não se reduz a uma perfeição pessoal, antes ordena-se a outros e atrai. A missão nova da cheia de graça, da mãe formosa corresponde a uma vasta e plena qualidade excepcional do seu amor, do seu programa de vida, dos traços admiráveis da sua maternidade virginal. Porque a beleza cristã não se separa da bondade, o cristão é chamado a fazer resplandecer Deus na própria vida. Ora a mais luminosa e irradiante realização é Maria, que atinge o auge, acima de qualquer ser humano.
- A Mãe de Cristo é, ainda, formosa por aderir e participar de modo admirável no mistério do seu nascimento, vida, morte e ressurreição, aderindo “com fortaleza e suavidade, com harmonia e fidelidade ao plano salvador de Deus”. (IGREJA CATÓLICA. Liturgia - Missas da Virgem Santa Maria: Missal. Coimbra: CEP, 1997, p.173). Esta plena adesão mostra a integridade da sua sublime beleza. Em todas as estruturas e dinamismos do seu ser é imagem da pureza absoluta, é luz brilhante, harmonia plena, integridade total. Esta beleza fora de série é densa e convincente. Realmente, uma obra-prima assim tem força de convicção irresistível e conquista os corações, mesmo rebeldes. Até incrédulos reconhecem em Maria uma beleza inatacável.

3. Caríssimos peregrinos:

Não é uma doçura descobrir em Maria como a transparência divina é uma possibilidade em nós? De facto, diz a Palavra hoje proclamada: “Quem trabalha comigo não pecará” porque o pecado é feio. “A vontade de Deus é que eviteis a impureza”. Deus não nos chamou para a impureza mas para a santidade. Este Santuário, ao escolher como tema deste mês: “o pudor protege o mistério da pessoa e do seu amor”, integrado no tema do ano: “os puros de coração verão a Deus”, está a indicar-nos um caminho, uma via de beleza para que quem escuta a Palavra: “Saiba possuir o seu corpo em santidade e honra, sem se deixar levar pelas paixões desregradas”. Encontrar a harmonia no corpo é uma graça que evita muitas desgraças, estragos da dignidade humana, deturpação do projecto belo e bom do nosso Deus.
A ausência de pudor conduz à provocação sedutora. A busca de excitação sensual no modo de vestir não condiz com a autêntica atracção, conduz a perder o verdadeiro fascínio que existe em cada criatura humana, banaliza a dignidade do corpo.
Há tanta diferença entre o fascínio de um olhar sorridente e puro, que aprecia a beleza humana e se eleva, e a sensualidade possessiva, que perturba, agita e desregula os comportamentos! Há tanta diferença entre o encanto da beleza inocente que suaviza a vida e a malícia do olhar, produto de mente obscurecida! Quando projectos políticos apenas ratificam a decadência humana, em lugar de dignificar a qualidade de vida e elevar o nível das relações e dos vínculos entre as pessoas, contribuem para tornar a vida feia e confundir as mentes.
Nós aqui estamos a contemplar Maria para purificar o nosso olhar. Como modelo inspirador e esperança consoladora, na beleza que nela resplandece, lavamos as seduções que nos arrastam e prendem, as atracções que nos desviam da fidelidade, as tentações que conduzem à perda da bela harmonia do corpo. Pelas lágrimas da penitência recuperamos a visão da beleza divina, falseada ou perdida nos desvarios contemporâneos. Temos necessidade de fixar a beleza de Maria porque os nossos olhos são ofendidos por imagens enganadoras de caducos e ilusórios impulsos. Precisamos de restaurar, nas nossas mentes e nos costumes à nossa volta, a experiência feliz do que é verdadeiramente belo. A Senhora de Fátima irradia para nós atitudes puras, grandes, fortes.
Perante esta criatura tão estupenda, tenho que terminar louvando a glória de Deus.
Te louvamos, Deus de infinita beleza, por esta “Senhora mais brilhante que o sol”. É luz inspiradora para redimirmos o nosso olhar de qualquer marca de falsa e inferior beleza. Seduz homens e mulheres para a santidade, como atrai artistas e poetas para a Beleza incontaminada. Motiva, qual Mãe do amor formoso, as comunidades cristãs a caminhar na perfeição, como concede aos doentes sentido e serenidade. Liberta a nossa consciência política para nos batermos, com determinação, por um Portugal e um mundo orientados por ideais dignos e nobres, mobilizadores da responsabilidade de todos, na alegria de unir vontades para ser mais belo viver.

D. Carlos Moreira Azevedo
Bispo auxiliar de Lisboa


Fonte: Santuário de Fátima

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ORAÇÃO DO PEREGRINO !



Senhor,

Que mandaste sair Abraão da sua terra,
E o defendeste em todos os caminhos

Que acompanhaste o Teu povo, errante no deserto

Que nos deste, nas visitas de Jesus, Teu Filho,
A cidade santa de Jerusalém,
Um modelo para as nossas peregrinações

Concede-nos a Tua protecção.
Ao longo de toda a viagem que vamos iniciar

Sê para nós
A sombra que protege do sol
O agasalho que defende do frio
O abrigo que resguarde da chuva e da intempérie

Anima-nos no cansaço
Socorre-nos nas dificuldades
Livra-nos dos perigos

Ensina-nos a aceitar a penitência da viagem
A sair do egoísmo para fazer comunidade
A ver-Te na beleza do mundo
A amar-Te nos homens, nossos irmãos
Ensina-nos a desculpar, a compreender,
A sorrir e a ajudar

Guiados por Ti, atingiremos o nosso fim
E reconfortados pela tua graça
Regressaremos são e salvos
Aos nossos lares e ao nosso trabalho

Confiados em Ti, caminharemos em paz
Até nos encontrarmos todos no céu.

Ámen

PEREGRINAR A PÉ A FÁTIMA !


Peregrino: aonde vais
se não sabes por onde ir?
Peregrino tens um caminho p’ra descobrir.
Se o deserto do teu viver
Dificulta a decisão,
Quem te guia e encoraja na solidão?

Refrão:
É só Ele, o meu Deus,
que me dá força e luz
É só Ele, o meu Deus,
que me conduz!
É só Ele, o meu Deus
que me dá força e luz
É só Ele, o meu Deus,
que me conduz!

Peregrino que vais andando
Sem um rumo no caminhar...
Peregrino que está cansado de tanto andar.
Tu que sofres a dura sede
Quando é que descansarás?
Volta, amigo, e vem de novo encontrar a paz.

Peregrino, sem um porquê
Peregrino vivendo a dor...
Peregrino, o teu caminho não tem valor.
Que encontras-te na solidão,
Que ilumina o teu caminho?
Peregrino quem te acompanha e te faz amar?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

19 DE AGOSTO DE 1917 - 4ª APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA


A 19 de Agosto de 1917, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13 as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Concelho, para Vila Nova de Ourém.
No Domingo seguinte, 19 de Agosto, Nossa Senhora apareceu-lhes nos Valinhos e pediu-lhes que continuassem a ir à Cova da Iria no dia 13 e que rezassem o terço todos os dias.
"Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas", disse Nossa Senhora.
O actual monumento celebrativo desta aparição foi construído a expensas dos católicos húngaros e inaugurado a 12 de Agosto de 1956. A branca imagem de Nossa Senhora de Fátima é obra da escultora Maria Amélia Carvalheira da Silva.

O programa para a Peregrinação deste ano é o seguinte:
11:00 - Missa internacional, na Igreja da Santíssima Trindade.
21:30 - Rosário e procissão, aos Valinhos, com início na Capelinha (levar pilhas eléctricas em vez de velas).
22:00 - Rosário, na Capelinha (para os peregrinos que não podem ir aos Valinhos.
Fonte: Agência Ecclesia

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

15 de Agosto, ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA, "no Céu temos uma Mãe" !


[…] A festa da Assunção é um dia de alegria. Deus venceu. O amor venceu. Venceu a vida. Mostrou-se que o amor é mais forte do que a morte. Que Deus tem a verdadeira força e a sua força é bondade e amor.
Maria foi elevada ao céu em corpo e alma: também para o corpo existe um lugar em Deus. Para nós o céu já não é uma esfera muito distante e desconhecida. No céu temos uma mãe. E a Mãe de Deus, a Mãe do Filho de Deus, é a nossa Mãe. Ele mesmo o disse. Ele constituiu-a nossa Mãe, quando disse ao discípulo e a todos nós: «Eis a tua Mãe!» No céu temos uma Mãe. O céu está aberto, o céu tem um coração.
No Evangelho ouvimos o Magnificat, esta grande poesia pronunciada pelos lábios, aliás, pelo coração de Maria, inspirada pelo Espírito Santo. Neste cântico maravilhoso reflecte-se toda a alma, toda a personalidade de Maria. Podemos dizer que este seu cântico é um retrato, é um verdadeiro ícone de Maria, no qual podemos vê-la precisamente como é. Gostaria de realçar somente dois pontos deste grande cântico. Ele inicia com a palavra «Magnificat»: a minha alma «engrandece» o Senhor, ou seja, «proclama grande» o Senhor. Maria deseja que Deus seja grande no mundo, seja grande na sua vida, esteja presente entre todos nós. Não teme que Deus possa ser um «concorrente» na nossa vida, que nos possa tirar algo da nossa liberdade, do nosso espaço vital com a sua grandeza. Ela sabe que, se Deus é grande, também nós somos grandes. A nossa vida não é oprimida, mas elevada e alargada: justamente então torna-se grande no esplendor de Deus.
[…] Com Maria devemos começar a entender que é assim. Não devemos distanciar-nos de Deus, mas tornar Deus presente; fazer com que Ele seja grande na nossa vida; assim também nós nos tornamos divinos; todo o esplendor da dignidade divina então é nosso. Apliquemos isto à nossa vida. É importante que Deus seja grande entre nós, na vida pública e na vida privada. Na vida pública é importante que Deus esteja presente, por exemplo, através da Cruz nos edifícios públicos, que Deus esteja presente na nossa vida comum, porque somente se Deus está presente temos uma orientação, uma estrada comum; se não os contrastes tornam-se inconciliáveis, deixando de existir o reconhecimento da dignidade comum.
Tornemos grande Deus na vida pública e na vida privada. Isto quer dizer, dar espaço todos os dias a Deus na nossa vida, começando de manhã com a oração, e depois dando tempo a Deus, dando o domingo a Deus. Não perdemos o nosso tempo livre se o oferecermos a Deus. Se Deus entra no nosso tempo, todo o tempo se torna maior, mais amplo, mais rico.
Segunda observação. Esta poesia de Maria o Magnificat é toda original; contudo, ao mesmo tempo, é um «tecido» feito totalmente com «fios» do Antigo Testamento, feito de palavra de Deus.
Dessa maneira, vemos que Maria era, por assim dizer, «em casa» na palavra de Deus, vivia da palavra de Deus, estava imbuída da palavra de Deus. Na medida em que falava com as palavras de Deus, pensava com as palavras de Deus, os seus pensamentos eram os pensamentos de Deus, as suas palavras as palavras de Deus. Era invadida pela luz divina e por isso era tão esplêndida, tão bondosa, tão radiante de amor e de bondade. Maria vive da palavra de Deus, é inundada pela palavra de Deus. E este estar imersa na palavra de Deus, este ser totalmente familiar com a palavra de Deus dá-lhe também a luz interior da sabedoria. Quem pensa com Deus pensa bem, e quem fala com Deus fala bem. Tem critérios de juízo válidos para todas as coisas do mundo. Torna-se sábio, prudente e, ao mesmo tempo, bom: torna-se também forte e corajoso, com a força de Deus que resiste ao mal e promove o bem no mundo.
[…] Maria é elevada em corpo e alma à glória do céu e com Deus e em Deus é rainha do céu e da terra. Porventura, está tão distante de nós? É verdadeiro o contrário. Precisamente porque está com Deus e em Deus, está pertíssimo de cada um de nós. Quando estava na terra podia somente estar perto de algumas pessoas. Estando em Deus, que está próximo de nós, que está no «interior» de todos nós, Maria participa nesta aproximação de Deus. Estando em Deus e com Deus, está perto de cada um de nós, conhece o nosso coração, pode ouvir as nossas orações, pode ajudar-nos com a sua bondade materna e é-nos dada como disse o Senhor como «mãe», à qual podemos dirigir-nos em todos os momentos. Ela escuta-nos sempre, está sempre perto, e sendo Mãe do Filho, participa no poder do Filho, na sua bondade. Podemos confiar sempre toda a nossa vida a esta Mãe, que não está longe de nós.

Papa Bento XVI, Angelus, Solenidade da Assunção, 15 de Agosto de 2005

S. LOURENÇO, diácono e mártir !



FESTA LITÚRGICA * 10 de Agosto

São Lourenço sofreu o martírio durante a perseguição de Valeriano, em 258.
Era o primeiro dos sete diáconos da Igreja romana.
A sua função era muito importante o que fazia com que, depois do papa, fosse o primeiro responsável pelas coisas da Igreja.
Como diácono, São Lourenço tinha o encargo de assistir o papa nas celebrações; administrava os bens da Igreja, dirigia a construção dos cemitérios, olhava pelos necessitados, pelos órfãos e viúvas.
Foi executado quatro dias depois da morte de Sisto II e de seus companheiros.
O seu culto remonta ao século IV.
Preso, foi intimado a comparecer diante do prefeito de Cornelius Saecularis, a fim de prestar contas dos bens e das riquezas que a Igreja possuía.
Pediu, então, um prazo para fazê-lo, dizendo que tudo entregaria. Confessou que a Igreja era muito rica e que a sua riqueza ultrapassava a do imperador. Foram-lhe concedidos três dias. São Lourenço reuniu os cegos, os coxos, os aleijados, toda sorte de enfermos, crianças e velhos. Anotou-lhes os nomes... Indignado, o governador concedeu-o a um suplício especialmente cruel: Amarrado sobre uma grelha, foi assado vivo e lentamente. Em meio dos tormentos mais atrozes, ele conservou o seu "bom humor cristão". Dizia ao carrasco: Vira-me, que deste lado já está bem assado... Agora está bom, está bem assado. Podes comer!
Roma cristã venera o hispano Lourenço com a mesma veneração e respeito com que honra os primeiros apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estêvão em Jerusalém, isso mesmo foi São Lourenço em Roma.

Fonte: http://solenidades.blogspot.com/

domingo, 26 de julho de 2009

MISSA NOVA DO PADRE SAMUEL FÉLIX !

Depois da ordenção presbiteral ocorrida na Sé Catedral do Porto em 12 de Julho passado, o neo sacerdote P. Samuel, após quatro anos em que serviu a comunidade de Ermesinde, celebrou a sua Missa Nova neste sábado dia 25 de Julho. A igreja estava quase cheia de membros desta família católica e não só. Uma bela celebração, com um grupo coral que com brilho ajudou a tornar a celebração muito festiva. A comunidade acolheu o Padre Samuel numa estrondosa salva de palmas à sua entrada. Era visível a alegria do P. Samuel. A comunidade mostrou-se grata ao agora sacerdote, que com humildade e delicadeza esteve durante este tempo na vida desta grande paróquia. Era também notada a alegria do pároco de Ermesinde - P. Peixoto. Na sua homilia simples mas bela o Padre Samuel falou da misericórdia de Deus e das qualidades com que quer pautar o seu sacerdócio e recorrendo ao apóstolo Paulo lembrou - paciência, humildade, misericórdia, bondade... Foi uma bela celebração neste dia em que o calendário litúrgio nos apresenta a figura de S. Tiago, apóstolo.
No final muitos, quase todos, no tradicional beijar as mãos ao novo sacerdote, o quiseram fazer e todos o saudaram com muito carinho e amizade.
E o rosto do P. Samuel espelhava uma grande felicidade.
Parabéns P. Samuel por ter dito sim ao Senhor e assim se tornar um trabalhador da Sua messe imensa.
Postal com o lema escolhido pelo P. Samuel para o seu sacerdócio.
Ao Padre Samuel, o Movimento da Mensagem de Fátima de Ermesinde, deseja um fecundo e feliz sacerdócio ministerial.

terça-feira, 21 de julho de 2009

EUCARISTIA "escola de santos"...


No âmbito do programa da Peregrinação Nacional do Movimento da Mensagem de Fátima, nos dias 18 e 19, a Eucaristia da noite do dia 18, celebrada às 23:00, na Igreja da SS. Trindade, foi presidida por D. Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco.

Homilia, na íntegra:

Estamos a celebrar a Eucaristia. A Eucaristia é uma acção de louvor e agradecimento. Estamos O tema desta Peregrinação é “O Pequeno Francisco, adorador de Jesus Eucaristia”.
Francisco era uma criança, humilde como todas as crianças e sem pretensões. Sabia aceitar a sua pequenez de criança e a sua impotência diante da vida. Sente-se dependente de seus pais para sobreviver. Sabe que é criança e reconhece-se como tal.
E Jesus revela-se a este pequenino, a Francisco, simples e agradecidos a Deus pelo dom do Seu Filho e porque esse Filho, Jesus Cristo, nos amou de tal forma que deu a vida por nós. Por nós morreu e ressuscitou. Agradecidos, queremos dar graças, “anunciando a Sua morte, proclamando a Sua ressurreição e esperando a Sua vinda”.
Este Deus que se revela em Jesus de Nazaré, não é um Deus à medida do homem, nem segundo a lógica humana. É o Deus que, por amor do homem, se faz homem. Um homem-Deus que não se coloca em bicos de pés para dar nas vistas, mas se despoja de si próprio, assumindo a condição de servo para servir e libertar. Um Deus que se ajoelha para lavar os pés aos discípulos, se entrega e morre por todos, em fidelidade e obediência ao Pai, em atitude de amor que perdoa e salva.
Só os “pequenos”, os que se tornarem como crianças, os humildes é que poderão compreender os mistérios deste Deus, desconcertante e surpreendente nos seus gestos de amor como, aliás, nos lembravam as leituras que ouvimos.

Desde as aparições do Anjo que a devoção à Santíssima Eucaristia foi para ele um ponto de honra e de fé cada vez mais comprometida com Jesus e a salvação dos pecadores. Passava longas horas diante do Sacrário.

É Lúcia que o escreve nas suas memórias. Assim:
“Quando ia à escola, por vezes, ao chegar a Fátima, dizia-me:
- Olha: tu vai à escola. Eu fico aqui na Igreja, junto de Jesus escondido. Não me vale a pena aprender a ler; daqui a pouco vou para o Céu. Quando voltares, vem por cá chamar-me. (…)
Depois que adoeceu, dizia-me, às vezes, quando, a caminho da escola, passava por sua casa:
- Olha: vai à Igreja e dá muitas saudades minhas a Jesus escondido. Do que tenho mais pena é de não poder já ir a estar uns bocados com Jesus escondido” (MIL IV, nº 12, p. 141).

Como sabemos, um grande desejo de Francisco era receber a Sagrada Comunhão e insistia com a prima para que ela fizesse diligências nesse sentido. E um dia, entre outros, quando Lúcia se dirigia para a igreja paroquial, recomendou-lhe:
“Olha: pede-Lhe para o Senhor Prior me dar a Sagrada Comunhão.”
E quando a Lúcia chegou a casa, ele pergunta-lhe:
- Pediste a Jesus escondido para o Senhor Prior me dar a Sagrada Comunhão?”. (MIL IV, nº 17, p. 146).
Como ela lhe dissesse que sim, ele prometeu agradecer-lhe pedindo por ela no Céu.

Mas as coisas pioravam para o lado de Francisco. A pneumónica bateu-lhe à porta. E no esvaírem-se das suas forças perante o avanço da doença, ele não desistia.
- “Ó pai, queria receber o Pai do Céu antes de morrer – dizia baixinho.
- Já vou tratar disso – respondia o Senhor Marto, cujo coração chorava quase sem consolo, não só na certeza de que ia perder o filho, mas também no receio de que mais uma vez o Senhor Prior lhe negasse “o Jesus escondido”.
Enfim, Francisco, depois de ter recebido a Sagrada Comunhão dada pelo Anjo, sempre acabou por receber, de novo, e pela última vez, a Sagrada Comunhão. E num momento de muita ternura e sofrimento disse a Jacinta: “Hoje sou mais feliz do que tu, porque tenho dentro do meu peito a Jesus escondido…”.

A preparação cuidada que ele fez para receber Jesus Eucaristia pedindo inclusive a Jacinta e a Lúcia que o ajudassem a lembrar os seus pecados é de um encanto extraordinário a contrapor-se ao laxismo com que hoje tantas vezes nos aproximamos da sagrada Comunhão…

Caros Fiéis,
A Eucaristia foi, é e será “escola de santos”. E se quiséssemos lembrar outra pessoa apaixonada pela Eucaristia, bastar-nos-ia recordar Alexandrina de Balasar, a serva humilde e simples, sofredora e alegre, despojada e pobre, atenta e dedicada, generosa e feita oblação ao Senhor, que viveu dominada pelo “ideal eucarístico” e se tornou “verdadeira intérprete da verdadeira piedade eucarística”.
“Dou-vos graças, Eterno Pai, por haverdes deixado a Jesus no Santíssimo Sacramento”, rezava ela. “A minha loucura é a Eucaristia” e “eu queria que o meu coração fosse uma lâmpada sempre a arder em cada um dos vossos sacrários”. “Pertence-me esta missão: dar almas a Jesus, viver alerta na Eucaristia, alerta sempre, alerta com Jesus. Como borboleta em volta da chama, como pastor vigilante pelo seu cordeiro”.

O Jesus escondido de Francisco, era o Jesus escondido de Alexandrina presente no sacrário da sua igreja paroquial. Como nos lembram os seus biógrafos, para além do testemunho, ela deixou-nos um património imenso de orações a demonstrar o seu grande amor aos sacrários de todo o mundo, num coração cheio de amor simples, comprometido com a sorte dos outros, abrangente e universal.
Recordemos algumas:
“Meu Jesus, eu quero que cada dor que sentir, cada palpitação do meu coração, cada vez que respirar, cada segundo das horas que passar, sejam actos de amor para os vossos sacrários…
Eu quero que cada movimento dos meus pés, das minhas mãos, dos meus lábios, da minha língua, cada vez que abrir os meus olhos ou fechar, cada lágrima, cada sorriso, cada alegria, cada tristeza, cada tribulação, cada distracção, contrariedade ou desgosto, sejam actos de amor para os vossos sacrários…
Eu quero que cada letra das orações que reze, que ouça rezar, cada palavra que pronuncie ou oiça pronunciar, que leia ou oiça ler, que escreva ou veja escrever, que cante ou oiça cantar, sejam actos de amor para os vossos sacrários…
Eu quero que cada beijinho que vos der nas vossas imagens, nas da vossa e minha querida Mãezinha, nos vossos santos e santas, sejam actos de amor para os vossos sacrários…
Ó Jesus, eu quero que cada gotinha de chuva que cai do céu para a terra, que toda a água que o mundo encerra, oferecida às gotas, todas as areias do mar e tudo o que o mar contém, sejam actos de amor para os vossos sacrários…
Eu vos ofereço as folhas das árvores, todos os frutos que elas possam ter, as florzinhas, oferecidas folhinha a folhinha, todos os grãozinhos de sementes e de cereais que possa haver no mundo e tudo o que contém os jardins, campos, prados e montes, ofereço tudo como actos de amor para os vossos sacrários…
Ó Jesus, eu Vos ofereço as penas das avezinhas, o gorjeio das mesmas, os pelos e vozes de todos os animais, como actos de amor para os vossos sacrários…
Ó Jesus, eu Vos ofereço o dia e a noite, o calor e o frio, o vento, a neve, a lua, o luar, sol, a escuridão, as estrelas do firmamento, o meu dormir, o meu sonhar, como actos de amor para os vossos sacrários…
Ó Jesus, eu vos ofereço tudo o que o mundo encerra, todas as grandezas, riquezas e tesoiros do mundo, tudo o que se passar em mim, tudo quanto tenho costume de oferecer-Vos, tudo quanto se possa imaginar, como actos de amor para os vossos sacrários…
Ó Jesus, aceitai o céu e a terra, tudo, tudo quanto neles se encerra, como este tudo fosse meu e de tudo pudesse dispor e oferecer-Vos, como actos de amor para os vossos sacrários…”.
Sendo a Eucaristia que constrói uma comunidade viva e dinâmica, o Sacrário é o coração da mesma, é o ponto de encontro e de descanso, de unidade e de comunhão, de paz e de tensão, de partida e de convergência. Por isso, a restauração dos Lausperenes, a adoração do SS. Sacramento com crianças e jovens, a Bênção do SS. Sacramento, as visitas ao SS Sacramento, a comunhão aos doentes… são também o segredo duma Evangelização séria e eficaz: Jesus Cristo, vivo e presente, sem O qual não teremos a Vida em nós e nada poderemos fazer.

Karl Rahner lembrava que “a Igreja tem necessidade de redescobrir a relação íntima que existe entre a Eucaristia e a vida dos homens, mostrando que a assembleia eucarística se prolonga numa espécie de liturgia da vida quotidiana...”.
Ontem como hoje. O Santuário de Fátima continua no seu posto como Altar do Mundo. Multidões aqui chegam, de perto e de longe, com fé e devoção (ou sem elas). Uns, com dores no corpo. Outros, com feridas na alma. Neste lugar ecoa o mistério de Deus e a grandeza dos simples e humildes. Este lugar incute esperança, faz-nos assumir atitudes de vida que libertam e salvam, aponta para a grandeza da vida e o valor da cruz. Proporciona-nos um encontro íntimo com Cristo na riqueza bela do silêncio e da paz.

Aqui, avivamos a nossa fé em Jesus Cristo, pão vivo descido do Céu para a vida do mundo, a entrega mútua, de Cristo á Igreja, da Igreja a Jesus Cristo Seu Senhor, de ambos ao Pai, para louvor da Santíssima Trindade e redenção do mundo.
Aqui, ao olhar para os Pastorinhos, contemplamos a eucaristia “fonte e centro de toda a vida cristã” (LG, 11). Deixamos nascer em nós o gosto da oração contemplativa perante o SS. Sacramento como fonte de santificação, de fecundidade apostólica, de compromisso solidário.
Aqui nasceu e daqui parte o Movimento da Mensagem de Fátima que vive e promove a Mensagem de Nossa Senhora de Fátima. Mensagem que é eminentemente eucarística desde as aparições do Anjo até hoje. Não desanimem na expansão da Mensagem no que ela tem de central e procurem-no fazer sem sentimentalismos estéreis nem pieguices que afastam. Que as nossas comunidades saibam descobrir na Eucaristia celebrada, vivida e adorada o centro da vida espiritual de cada um, a fonte da vitalidade apostólica, o segredo da união familiar como comunidade de vida e de amor, o crescimento eclesial da comunidade paroquial que vai aprendendo a encontrar na Eucaristia e no Sacrário a meta para onde tudo deve convergir e donde tudo deve partir.
Fazer da Adoração Eucarística uma escola de oração “é um serviço pastoral importante que cada paróquia deve promover como sendo uma prioridade”.
Que o Senhor abençoe o vosso trabalho de responsáveis nacionais, diocesanos e paroquiais. Que os sacrários das nossas igrejas sejam o coração das nossos paróquias e da actividade pastoral de cada um de nós.

Santuário de Fátima, 18 de Julho de 2009
+Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco
Fonte: Santuário de Fátima

PEREGRINAÇÃO AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA DO MOVIMENTO DA MENSAGEM DE FÁTIMA DE ERMESINDE !

Aconteceu em 18 e 19 de Agosto mais uma peregrinação nacional do Movimento da Mensagem de Fátima.
De Ermesinde saíram, junto à Igreja Matriz, pelas 8 horas da manhã, dois autocarros com 84 peregrinos, sendo que um deles havia ido à Travagem servir os peregrinos que lá costumam tomar o transporte há já alguns anos.
Apesar da faixa etária algo elevada todos e todas iam cheios de vontade e alegria ao encontro de Nossa Senhora, para por Ela se encontrarem com o Senhor.
A Lurdes (Lita) a Elisabete e a Ana (apesar de doente), incansáveis Mensageiras de Fátima lá iam dando uma preciosa ajuda nos autocarros e mais adiante parava um deles para apanhar um passageiro que levava consigo o estandarte do Movimento.

Primeira paragem em Antuã para o pequeno-almoço.
E se antes de Antuã se havia já feito a oração da manhã, após a paragem e já com o estômago mais composto foi a vez do Terço em louvor de Nossa Senhora.
Todos participarem, orando e cantando.
Lembraram-se os familiares, os doentes e os que pelas mais diversas razões não nos acompanhavam em mais esta peregrinação.
Chegada ao Santuário, Hotel de Santa Maria, bem a tempo de com calma tudo se fazer com tranquilidade – tirar as malas e entregar as chaves de cada quarto aos utilizadores.
É chegada a hora do almoço e aí como sempre antes do repasto a oração ao Senhor agradec
endo o alimento à disposição.
É muito belo ver peregrinos, alguns deles já idosos e com dificuldades, todos se porem de pé para em comum rezarmos.
Um bela refeição com o diálogo que à mesa é possível e desejável.
No final como sempre o agradecimento a Deus que nos sacia com o pão-nosso de cada dia.
De seguida partimos uns para a Capelinha das Aparições, outros para o Ce
ntro Pastoral Paulo VI onde iria decorrer o início da peregrinação propriamente dita no Santuário.
Ali decorreu um belo momento de oração e canto lembrando o pastorinho Francisco e a sua grande devoção ao Jesus escondido como dizia o petiz. Um Frei cantou e encantou todos com as belas melodias, onde se falava do silêncio e da vida do pequeno Francisco – tema da peregrinação deste ano. Com uma voz muito melodiosa e pujante o Frei levou-nos a todos até ao fim terminando com uma canção onde a frase do texto da carta aos Coríntios aparecia no refrão - ainda que…. se não tiver amor – sou nada. E assim é… o Francisco tinha AMOR À EUCARISTIA. O desafio é hoje para nós – sermos mensageiros desse Amor à Eucaristia.

Terminado reste momento partimos em direcção á Capelinha das Aparições onde saudamos Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Nós devemos ser as rosas que Ela quer, não as rosas dos ramos que lá deixamos.
Seguiu-se o jantar – mais um momento de encontro e diálogo entre todos.
E veio a noite… É tempo da Luz, que nos recorda o Baptismo – o Rosário cantado e iluminado com as nossas velas acesas ao alto como que a enviarmos para Deus a nossa oração. Vivemos de seguida a Procissão com a imagem de Nossa Senhora e os cânticos já bem sabidos de todos - Avé de Fátima, Senhora um dia descestes…
De seguida celebramos o mais importante e que Ela nos convida a viver – o Fil
ho, na Eucaristia, na bela e ampla Igreja da Santíssima Trindade, com uma bela moldura humana.
Aí, na homilia o Bispo de Portalegre-Castelo Branco D. Antonino lembrava a importância da Eucaristia para o Francisco e recordou outra figura cujo amor à Eucaristia era o mais importante – Alexandrina de Balazar.
Terminada a Eucaristia, por volta das 24h e 10m, é tempo de recolher para a quase totalidade dos peregrinos (face ao ligeiro frio que fazia e idade), mas alguns ainda quiseram reviver o caminho do Amor de Jesus Cristo na Sua Via-Sacra, rumando aos Valinhos. Um belo exercício pela noite que terminaria no alto do Calvário Húngaro pelas 2h 30m, já dia de Domingo.

Dia seguinte – Domingo e após o pequeno-almoço, muito bem servido, aí vamos nós meditar o terço do Rosário e viver a Celebração do Domingo XVI do tempo comum. No altar do recinto, os jovens da Mensagem de Fátima de pólo laranja faziam-se notar pela forma digna como se apresentavam e pela sua dedicação e consagração à Mensagem de Fátima. Na procissão de entrada as bandeiras e estandartes da Mensagem de Fátima faziam-se notar pelo número. Ermesinde também lá estava no estandarte de cor azul, tendo ao meio a imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Foi uma bela celebração presidida pelo Bispo de Leiria-Fatima, D. António
Marto, Assistente Geral do MMF que na sua homilia, numa linguagem muito simples, muito humana e de perfeita compreensão para todos dizia a certo ponto – ir a Fátima, peregrinar até lá, não é em busca de emoções e pieguices sem sentido, mas e sobretudo um compromisso com a Mãe e com o nosso Deus que é a Vida. E exortou todos a viverem o silêncio – um exercício de encontro com o nosso Deus que se perscruta na ausência dos ruídos do mundo e nos fala.
O silêncio que nos faz perceber que todos somos chamados a falar de Deus ao mundo tão marcado pela indiferença em relação ao mesmo Deus e ao Seu Amor.
E vem a procissão do adeus à Virgem. E aí sim as emoções o coração alegram-se mas ao mesmo tempo fica um sentimento de nostalgia pelo facto das celebrações vividas estare
m no fim e o regresso ao quotidiano ser uma prioridade. De vós me aparto ó Virgem… uma prece final… viva sempre em minha alma este grito imortal – Ó Fátima adeus…!
E os lenços brancos acenando à Imagem da Virgem. Que momento emocionante e belo!
Com uma lágrima teimosa caindo…
Terminada a bela celebração é altura do almoço e o último convívio à mesa.
Junto como peregrinos e irmãos vivemos um dia e meio de comunhão fraterna, onde a figura da Mãe de Deus – Nossa Senhora do Rosário de Fátima, nos uniu e conduziu a todos até ao nosso Bom e Fiel Deus que a todos acompanha e faz viver.
E sob um calor bem presente saímos de Fátima rumo a casa. Uma o
ração e um cântico final já dentro das camionetas, como filhos e filhas gratos à Mãe e a Deus pelas bênçãos recebidas…
Foi uma bela jornada de fé.

E de regresso a casa o nosso agradecimento aos motoristas – o Sr. Óscar e o nosso velho e conhecido Amigo – Sr. José Maria – dois profissionais.
Um obrigado muito especial ao Acácio pelas fotos que tirou.
Fátima é um espaço privilegiado de encontro connosco próprio, com os irmãos e por Maria com Deus.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima rogai por nós.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

GRIPE A (Orientações da Pastoral da Saúde sobre a Gripe A) !


ORIENTAÇÕES PARA AS COMUNIDADES CRISTÃS

Estamos perante a ameaça de uma "pandemia" através de uma doença que se transmite com muita facilidade e já é de todos nós conhecida.
É a GRIPE A ou GRIPE H1N1.

A missão da Igreja, através da Pastoral da Saúde, está em assistir os doentes, mas também em prevenir as doenças, através da educação para a saúde.

O papel do sacerdote e de todos os outros agentes pastorais consiste também em colaborar com a sociedade na prevenção das doenças. O sacerdote, sobretudo se presidir a uma comunidade cristã, é um agente social da maior importância.

Perante a ameaça da GRIPE A, o que fazer?
1. Aconselhar todos os cristãos da sua comunidade a seguirem as orientações dadas pela Direcção Geral da Saúde - Ministério da Saúde, na prevenção desta doença, como sejam:

- Lavar as mãos com água e sabão com muita frequência.

- Se tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel, a deitar fora de imediato.

- Se ficar doente, permanecer em casa.

- Evitar o contacto com pessoas com gripe.

2. Nas celebrações litúrgicas, recomenda-se:

- Aos Ministros da Comunhão, Sacerdotes e Ministros Extraordinários, que purifiquem as mãos com solução anticéptica, antes da distribuição da comunhão.

- Aos fiéis, que quanto possível, recebam a Comunhão na mão e não na boca, aliás segundo prática secular na Igreja.

- A todos, que reduzam o abraço da paz a um pequeno sinal ou inclinação da cabeça sem o contacto físico.

3. Nos templos pede-se também para:

- Manter vazias as "pias de água benta" às portas da igreja, para não as tornar um foco de transmissão do vírus.

- Ter a Igreja suficientemente arejada, sobretudo em atenção ao número de fiéis nas celebrações dominicais.

Deve evitar-se todo o alarmismo, mas é da maior necessidade que a Igreja colabore nos programas de prevenção da Gripe A.

NOTA: Estas orientações não são normas litúrgicas, são sugestões suficientemente claras para prevenir desde já a expansão da pandemia. É um conselho útil e provisório para o tempo de difusão da Gripe A.
Fonte: Agência Ecclesia

domingo, 12 de julho de 2009

PROPOSTAS DO PAPA PARA “CIVILIZAR” A ECONOMIA !



A encíclica Caritas in Veritate, “sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade”, publicada por Bento XVI, apresenta propostas para “civilizar” a economia, em plena crise financeira.

A carta, dirigida pelo Papa “a todos os homens de boa vontade”, nas suas 136 páginas actualiza a doutrina social da Igreja, em particular os ensinamentos das encíclicas Populorum Progressio, publicada por Paulo VI em 1967, e Sollicitudo rei socialis, de João Paulo II, publicada em 1988.

Algumas das frases mais destacadas desta terceira encíclica do pontificado do Papa Joseph Ratzinger.
* * *
--Caridade sem verdade:"Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade." (n. 3)

--Caridade sem Deus:"Um cristianismo de caridade sem verdade pode ser facilmente confundido com uma reserva de bons sentimentos, úteis para a convivência social mas marginais. Deste modo, deixaria de haver verdadeira e propriamente lugar para Deus no mundo." (n. 4)

--A Igreja não faz política:"A Igreja não tem soluções técnicas para oferecer e não pretende ‘de modo algum imiscuir-se na política dos Estados’; mas tem uma missão ao serviço da verdade para cumprir, em todo o tempo e contingência, a favor de uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação." (...) "Para a Igreja, esta missão ao serviço da verdade é irrenunciável". (n. 9)

--O progresso, uma vocação:"O progresso é, na sua origem e na sua essência, uma vocação: ‘Nos desígnios de Deus, cada homem é chamado a desenvolver-se, porque toda a vida é vocação’. É precisamente este fato que legitima a intervenção da Igreja nas problemáticas do desenvolvimento." (n. 16)

--A lição da crise:"A crise obriga-nos a projectar de novo o nosso caminho, a impor-nos regras novas e encontrar novas formas de empenhamento, a apostar em experiências positivas e rejeitar as negativas. Assim, a crise torna-se ocasião de discernimento e elaboração de nova planificação." (n. 21)

--Propriedade intelectual:"Existem formas excessivas de protecção do conhecimento por parte dos países ricos, através duma utilização demasiado rígida do direito de propriedade intelectual, especialmente no campo sanitário." (n. 22)

--Progresso integral: Não é suficiente progredir do ponto de vista económico e tecnológico; é preciso que o desenvolvimento seja, antes de mais nada, verdadeiro e integral. A saída do atraso económico — um dado em si mesmo positivo — não resolve a complexa problemática da promoção do homem." (n. 23)

--Precariedade no trabalho:"Quando se torna endémica a incerteza sobre as condições de trabalho, resultante dos processos de mobilidade e desregulamentação, geram-se formas de instabilidade psicológica, com dificuldade a construir percursos coerentes na própria vida, incluindo o percurso rumo ao matrimónio. Consequência disto é o aparecimento de situações de degradação humana, além de desperdício de força social." (n. 25)

--O homem, primeiro capital:"Queria recordar a todos, sobretudo aos governantes que estão empenhados a dar um perfil renovado aos sistemas económicos e sociais do mundo, que o primeiro capital a preservar e valorizar é o homem, a pessoa, na sua integridade." (n. 25)

--Luta contra a fome:"Eliminar a fome no mundo tornou-se, na era da globalização, também um objectivo a alcançar para preservar a paz e a subsistência da terra. A fome não depende tanto de uma escassez material, como sobretudo da escassez de recursos sociais, o mais importante dos quais é de natureza institucional." (n. 27)

--Vida e desenvolvimento: A abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento. Quando uma sociedade começa a negar e a suprimir a vida, acaba por deixar de encontrar as motivações e energias necessárias para trabalhar ao serviço do verdadeiro bem do homem." (n. 28)

--Desigualdades:"A dignidade da pessoa e as exigências da justiça requerem, sobretudo hoje, que as opções económicas não façam aumentar, de forma excessiva e moralmente inaceitável, as diferenças de riqueza e que se continue a perseguir como prioritário o objectivo do acesso ao trabalho para todos." (n. 32)

--O mercado:"Sem formas internas de solidariedade e de confiança recíproca, o mercado não pode cumprir plenamente a própria função económica. E, hoje, foi precisamente esta confiança que veio a faltar; e a perda da confiança é uma perda grave." (n. 35)
"A sociedade não tem que se proteger do mercado, como se o desenvolvimento deste implicasse esse facto a morte das relações autenticamente humanas. É verdade que o mercado pode ser orientado de modo negativo, não porque isso esteja na sua natureza, mas porque uma certa ideologia pode dirigi-lo em tal sentido." (n. 36)

--Os pobres, uma riqueza:"Os pobres não devem ser considerados um ‘fardo’, mas um recurso, mesmo do ponto de vista estritamente económico." (n. 35)

--Democracia económica:"Na época da globalização, a actividade económica não pode prescindir da gratuidade, que difunde e alimenta a solidariedade e a responsabilidade pela justiça e o bem comum em seus diversos sujeitos e atores. Trata-se, em última análise, de uma forma concreta e profunda de democracia económica." (n. 38)

--A empresa:"Um dos riscos maiores é, sem dúvida, que a empresa preste contas quase exclusivamente a quem nela investe, acabando assim por reduzir a sua valência social." (n. 40)

--Especulação:"É preciso evitar que o motivo para o emprego dos recursos financeiros seja especulativo, cedendo à tentação de procurar apenas o lucro a breve prazo sem cuidar igualmente da sustentabilidade da empresa a longo prazo, do seu serviço concreto à economia real e duma adequada e oportuna promoção de iniciativas económicas também nos países necessitados de desenvolvimento." (n. 40)

--Papel do Estado:"A economia integrada de nossos dias não elimina a função dos Estados, antes obriga os governos a uma colaboração recíproca mais intensa. Razões de sabedoria e prudência sugerem que não se proclame depressa demais o fim do Estado." (n. 41)

--Globalização:"A verdade da globalização enquanto processo e o seu critério ético fundamental provêm da unidade da família humana e do seu desenvolvimento no bem. Por isso é preciso empenhar-se sem cessar por favorecer uma orientação cultural personalista e comunitária, aberta à transcendência, do processo de integração mundial." (...) "A globalização a priori não é boa nem má. Será aquilo que as pessoas fizerem dela." (n. 42)

--Crescimento demográfico:"Considerar o aumento da população como a primeira causa do subdesenvolvimento é errado, inclusive do ponto de vista económico." (n. 44)

--Família:"Torna-se uma necessidade social, e mesmo económica, continuar a propor às novas gerações a beleza da família e do matrimónio, a correspondência de tais instituições às exigências mais profundas do coração e da dignidade da pessoa." (n. 44)

--Ética e economia:"A economia tem necessidade da ética para o seu coreto funcionamento; não de uma ética qualquer, mas de uma ética amiga da pessoa." (n. 45)

--Cooperação internacional:"A cooperação internacional precisa de pessoas que partilhem o processo de desenvolvimento económico e humano, através da solidariedade feita de presença, acompanhamento, formação e respeito. Sob este ponto de vista, os próprios organismos internacionais deveriam interrogar-se sob a real eficácia dos seus aparatos burocráticos e administrativos, frequentemente muito dispendiosos." (n. 47)

--Meio Ambiente:"A natureza está à nossa disposição, não como ‘um monte de lixo espalhado ao acaso’, mas como um dom do Criador que traçou os seus ordenamentos intrínsecos dos quais o homem há de tirar as devidas orientações para a ‘guardar e cultivar’." (n. 48)

--Problemas energéticos:"O açambarcamento dos recursos energéticos não renováveis por parte de alguns Estados, grupos de poder e empresas constitui um grave impedimento para o desenvolvimento dos países pobres." (n. 49)

--Energias alternativas:"Actualmente, é possível melhorar a eficiência energética e fazer avançar a pesquisa de energias alternativas; mas é necessária também uma redistribuição mundial dos recursos energéticos, de modo que os próprios países desprovidos possam ter acesso aos mesmos. O seu destino não pode ser deixado nas mãos do primeiro a chegar nem estar sujeito à lógica do mais forte." (n. 49)

--Solidariedade e educação: "Uma solidariedade mais ampla a nível internacional exprime-se, antes de mais nada, continuando a promover, mesmo em condições de crise económica, maior acesso à educação, já que esta é condição essencial para a eficácia da própria cooperação internacional." (n. 61)

--O relativismo empobrece:"Para educar, é preciso saber quem é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. A progressiva difusão de uma visão relativista desta coloca sérios problemas à educação, sobretudo à educação moral, prejudicando a sua extensão a nível universal. Cedendo a tal relativismo, ficam todos mais pobres." (n. 61)

--Imigrantes:"É certo que os trabalhadores estrangeiros, não obstante as dificuldades relacionadas com a sua integração, prestam com o seu trabalho uma contribuição significativa para o desenvolvimento económico do país de acolhimento. (...) Todo o imigrante é uma pessoa humana e, enquanto tal, possui direitos fundamentais inalienáveis que hão-de ser respeitados por todos em qualquer situação." (n. 62)

--Finanças:"O inteiro sistema financeiro deve ser orientado para dar apoio a um verdadeiro desenvolvimento. Sobretudo, é necessário que não se contraponha o intuito de fazer o bem ao da efectiva capacidade de produzir bens. Os operadores das finanças devem redescobrir o fundamento ético próprio da sua actividade, para não abusarem de instrumentos sofisticados que possam atraiçoar os aforradores." (n. 65)

--Microcrédito:"Também a experiência do micro-financiamento, que mergulha as próprias raízes na reflexão e nas obras dos humanistas civis (penso nomeadamente no nascimento dos montepios), há de ser revigorada e sistematizada, sobretudo nestes tempos em que os problemas financeiros podem tornar-se dramáticos para muitos sectores mais vulneráveis da população, que devem ser tutelados dos riscos de usura ou do desespero." (n. 65)

--Consumidores e associações:"Um papel mais incisivo dos consumidores, desde que não sejam eles próprios manipulados por associações não verdadeiramente representativas, é desejável como factor de democracia económica." (n. 66)

--ONU:"Sente-se imenso a urgência de uma reforma quer da Organização das Nações Unidas quer da arquitectura económica e financeira internacional, para que seja possível uma real concretização do conceito de família de nações." (n. 67)

--Autoridade política mundial:"Para o governo da economia mundial, para sanar as economias atingidas pela crise de modo a prevenir o agravamento da mesma e em consequência maiores desequilíbrios, para realizar um oportuno e integral desarmamento, a segurança alimentar e a paz , para garantir a salvaguarda do ambiente e para regulamentar os fluxos migratórios urge a presença de uma verdadeira Autoridade política mundial." (n. 67)

--Os perigos da tecnologia:"A técnica apresenta-se com uma fisionomia ambígua. Nascida da criatividade humana como instrumento da liberdade da pessoa, pode ser entendida como elemento de liberdade absoluta; aquela liberdade que quer prescindir dos limites que as coisas trazem consigo. O processo de globalização poderia substituir as ideologias com a técnica." (n. 70)

--Meios de comunicação:"Dada a importância fundamental que têm na determinação de alterações no modo de ler e conhecer a realidade e a própria pessoa humana, torna-se necessária uma atenta reflexão sobre e a sua influência principalmente na dimensão ético-cultural da globalização e do desenvolvimento solidário dos povos." (n. 73)

--Bioética:"Hoje, um campo primário e crucial da luta cultural entre o absolutismo da técnica e a responsabilidade moral do homem é o da bioética, onde se joga radicalmente a própria possibilidade de um desenvolvimento humano integral. Trata-se de um âmbito delicadíssimo e decisivo, onde irrompe, com dramática intensidade, a questão fundamental de saber se o homem se produziu por si mesmo ou depende de Deus." (n. 74)

--Novas formas de escravidão:"As novas formas de escravidão da droga e o desespero em que caiem tantas pessoas têm uma explicação não só sociológica e psicológica, mas essencialmente espiritual. O vazio em que a alma se sente abandonada, embora no meio de tantas terapias para o corpo e para o psíquico, gera sofrimento. Não há desenvolvimento pleno nem bem comum universal sem o bem espiritual e moral das pessoas, consideradas na sua totalidade de alma e corpo." (n. 76).

--O desafio cristão:"O desenvolvimento tem necessidade de cristãos com os braços levantados para Deus em atitude de oração, cristãos movidos pela consciência de que o amor cheio de verdade – caritas in veritate –, do qual procede o desenvolvimento autêntico, não o produzimos nós, mas é-nos dado." (n. 79).