O cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, revelou hoje em Fátima que existem abertos na Santa Sé 2.200 processo de beatificação ou canonização de católicos, entre os quais estão os dos Pastorinhos e da Irmã Lúcia.
Destas 2.200 causas de santificação, 33 são portuguesas, revelou o cardeal que admitiu a dificuldade em confirmar o segundo milagre que sustenta o processo de canonização dos Pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.
Como a Agência Lusa já havia adiantado em Outubro, o alegado milagre, envolvendo uma eventual cura de diabetes, não está devidamente fundamentado para ser considerado como existindo intervenção divina.
"O processo não está parado mas a cura considerada miraculosa", segundo o "parecer dos médicos da Congregação para a Causa dos Santos, não pode ser considerada um milagre".
O processo de canonização foi aberto devido a um segundo milagre, alegadamente verificado durante a cerimónia de beatificação dos Pastorinhos, em Maio de 2000, e que envolvia uma criança doente com diabetes.
Na ocasião, a mãe, emigrante portuguesa na Suíça, segurou o filho enquanto assistia, pela televisão, às cerimónias de beatificação, presididas por João Paulo II.
No entanto, existem dois tipos de diabetes – só um é considerado incurável – e com a documentação médica recolhida pelos especialistas do Vaticano "não parece claro qual o tipo de doença", explicou D. Saraiva Martins.
A Congregação conta com 60 médicos especialistas que dão pareceres sobre as alegadas curas, indicando se existe "alguma explicação científica" para esses casos.
"Para ser considerado inexplicável, a cura tem de ser instantânea, completa e duradoura", explicou D. José Saraiva Martins, que comentou ainda os processos referentes à Irmã Lúcia e ao Beato Nuno, o Condestável.
No caso da irmã Lúcia, o processo foi aberto em Fevereiro deste ano – dispensando os prazos canónicos que impunham um mínimo de cinco anos após a morte para o início dos procedimentos – mas o caso continua na Diocese de Coimbra onde a última vidente de Fátima faleceu.
Já no processo de canonização do Beato Nuno, D. Saraiva Martins revelou que os médicos estão a ultimar a análise do alegado milagre, uma cura aparentemente miraculosa de cegueira em Ourém, encaminhando o processo para os teólogos.
A abertura de um processo de beatificação não garante o sucesso desta reivindicação dos crentes, até porque existem muitos casos de figuras da história da Igreja que nunca conseguiram provar a sua santidade perante a Congregação para a Causa dos Santos.
Em muitos destes casos, os promotores têm de fundamentar a continuação dos trabalhos, pedindo autorização para tal à Congregação, explicou o cardeal.
Após a declaração de abertura do processo por parte da Diocese onde a pessoa faleceu, será necessário uma declaração de venerabilidade, reconhecendo as suas virtudes heróicas, refere a legislação canónica.
Depois, terá de haver uma certificação do milagre que justifica a beatificação por uma comissão médica, constituindo-se em seguida um tribunal eclesiástico na Dioceses, que recolhe testemunhos e compõe um dossier sobre a sua vida.
Posteriormente, o processo será enviado para a Congregação para a Causa dos Santos, que pede novos relatórios e depois remete o caso para o Colégio dos Teólogos, com cerca de 30 cardeais ou bispos.
Só no final, caso todos os passos sejam cumpridos com sucesso, o processo será enviado ao Papa, que terá a responsabilidade de promulgar a beatificação.
D. Saraiva Martins rejeitou também a ideia que o actual Papa viesse a diminuir os casos de beatificação ou canonização, considerando que, nesta matéria, "não há nenhuma diferença entre João Paulo II e Bento XVI"
"Isso que se dizia que iriam diminuir as canonizações e beatificações é uma pura fantasia" até porque "os factos estão a demonstrar o contrário: tudo continua igual e as cerimónias de beatificação aumentaram" porque a nova legislação canónica estabelece que o Papa não preside a essas celebrações.
Essas cerimónias devem ser presididas pelo Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, uma alteração canónica que transformou D. Saraiva Martins num "globetrotter", percorrendo dioceses de todo o mundo para presidir a várias cerimónias religiosas.
Sobre a sua presença no santuário mariano português, o cardeal mostrou-se sensibilizado com o convite para presidir às celebrações de Maio apelando aos peregrinos para que "aprofundem a mensagem" católica da Cova da Iria.
"A mensagem transmite-se não só com a boca e as palavras mas com a vida" e o "testemunho", acrescentou o cardeal.
Destas 2.200 causas de santificação, 33 são portuguesas, revelou o cardeal que admitiu a dificuldade em confirmar o segundo milagre que sustenta o processo de canonização dos Pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.
Como a Agência Lusa já havia adiantado em Outubro, o alegado milagre, envolvendo uma eventual cura de diabetes, não está devidamente fundamentado para ser considerado como existindo intervenção divina.
"O processo não está parado mas a cura considerada miraculosa", segundo o "parecer dos médicos da Congregação para a Causa dos Santos, não pode ser considerada um milagre".
O processo de canonização foi aberto devido a um segundo milagre, alegadamente verificado durante a cerimónia de beatificação dos Pastorinhos, em Maio de 2000, e que envolvia uma criança doente com diabetes.
Na ocasião, a mãe, emigrante portuguesa na Suíça, segurou o filho enquanto assistia, pela televisão, às cerimónias de beatificação, presididas por João Paulo II.
No entanto, existem dois tipos de diabetes – só um é considerado incurável – e com a documentação médica recolhida pelos especialistas do Vaticano "não parece claro qual o tipo de doença", explicou D. Saraiva Martins.
A Congregação conta com 60 médicos especialistas que dão pareceres sobre as alegadas curas, indicando se existe "alguma explicação científica" para esses casos.
"Para ser considerado inexplicável, a cura tem de ser instantânea, completa e duradoura", explicou D. José Saraiva Martins, que comentou ainda os processos referentes à Irmã Lúcia e ao Beato Nuno, o Condestável.
No caso da irmã Lúcia, o processo foi aberto em Fevereiro deste ano – dispensando os prazos canónicos que impunham um mínimo de cinco anos após a morte para o início dos procedimentos – mas o caso continua na Diocese de Coimbra onde a última vidente de Fátima faleceu.
Já no processo de canonização do Beato Nuno, D. Saraiva Martins revelou que os médicos estão a ultimar a análise do alegado milagre, uma cura aparentemente miraculosa de cegueira em Ourém, encaminhando o processo para os teólogos.
A abertura de um processo de beatificação não garante o sucesso desta reivindicação dos crentes, até porque existem muitos casos de figuras da história da Igreja que nunca conseguiram provar a sua santidade perante a Congregação para a Causa dos Santos.
Em muitos destes casos, os promotores têm de fundamentar a continuação dos trabalhos, pedindo autorização para tal à Congregação, explicou o cardeal.
Após a declaração de abertura do processo por parte da Diocese onde a pessoa faleceu, será necessário uma declaração de venerabilidade, reconhecendo as suas virtudes heróicas, refere a legislação canónica.
Depois, terá de haver uma certificação do milagre que justifica a beatificação por uma comissão médica, constituindo-se em seguida um tribunal eclesiástico na Dioceses, que recolhe testemunhos e compõe um dossier sobre a sua vida.
Posteriormente, o processo será enviado para a Congregação para a Causa dos Santos, que pede novos relatórios e depois remete o caso para o Colégio dos Teólogos, com cerca de 30 cardeais ou bispos.
Só no final, caso todos os passos sejam cumpridos com sucesso, o processo será enviado ao Papa, que terá a responsabilidade de promulgar a beatificação.
D. Saraiva Martins rejeitou também a ideia que o actual Papa viesse a diminuir os casos de beatificação ou canonização, considerando que, nesta matéria, "não há nenhuma diferença entre João Paulo II e Bento XVI"
"Isso que se dizia que iriam diminuir as canonizações e beatificações é uma pura fantasia" até porque "os factos estão a demonstrar o contrário: tudo continua igual e as cerimónias de beatificação aumentaram" porque a nova legislação canónica estabelece que o Papa não preside a essas celebrações.
Essas cerimónias devem ser presididas pelo Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, uma alteração canónica que transformou D. Saraiva Martins num "globetrotter", percorrendo dioceses de todo o mundo para presidir a várias cerimónias religiosas.
Sobre a sua presença no santuário mariano português, o cardeal mostrou-se sensibilizado com o convite para presidir às celebrações de Maio apelando aos peregrinos para que "aprofundem a mensagem" católica da Cova da Iria.
"A mensagem transmite-se não só com a boca e as palavras mas com a vida" e o "testemunho", acrescentou o cardeal.
Fonte: Agência Lusa (11 de Maio de 2008)
Sem comentários:
Enviar um comentário