Terço do Advento
1º Mistério
Todo o Antigo Testamento é vivência-mãe da expectativa da vinda do Messias, o Salvador e Libertador. Podemos afirmar que todo o Antigo Testamento é vivido em clima de Advento, de esperança messiânica. Desde a promessa feita aos primeiros pais, no livro do Génesis, até à Anunciação, todo o Povo, ao longo de milhares de anos, vive a esperança da vinda do Messias. A viver na Palestina, vivendo sob o jugo do faraó do Egipto ou deportados na Babilónia, os Hebreus alimentaram sempre a esperança de que o Messias viria. E os profetas, quando o Povo parecia esquecer-se desta verdade, recordavam-na. Foram milhões de homens e mulheres a viver este desejo, esta esperança. A Virgem Maria, inserida neste Povo, nesta história, partilha a mesma esperança. Que ela no-la conceda.
2º Mistério
Desde a Encarnação, desde o anúncio feito pelo Arcanjo Gabriel até ao Natal, a Virgem Maria vive dum modo muito particular o Advento. Agora, no coração da Senhora, a esperança torna-se certeza: Deus, o Messias já está no seu seio. Ela traz nas suas entranhas o Salvador do mundo. E, depois, a mesma realidade é vivida aos poucos por José, por Isabel e Zacarias, pelo profeta Simeão, pela profetiza Ana. À medida que o Antigo Testamento se aproxima do Novo, a esperança toma corpo e é certeza no coração de alguns. Peçamos a graça de viver o Advento como Nossa Senhora viveu, com fé, com amor, com esperança, com desejos de libertação.
3º Mistério
Ao longo do Advento, somos muito tentados a fixar-nos no acidental, nas iluminações, nas ornamentações, nas árvores de Natal, na consoada, no próprio presépio. Mas nada disso é Natal. Este é nascimento e se Deus não nasce em nós não há Natal. Precisamos de nos preparar por dentro, na alma, no coração, precisamos de cuidar do essencial, dar lugar a Deus, preparar-nos para que nasça em nós. Precisamos de viver o Advento em estado de conversão, de desejo, de expectativa, de querer acolher Deus e ser libertos por Ele. Peçamos à Senhora que viveu o Advento e acolheu o Deus-Menino, que nos ensine a viver o Advento como tempo precioso da liturgia.
4º Mistério
«Vem aí a luz», poderia ser o slogan do Advento, pois o Natal é o nascimento de Deus que é Luz, de Cristo que é Luz. Já o profeta afirmou que o povo que estava sentado nas trevas viu uma grande luz, e toda a liturgia do Natal é liturgia da Luz. Os pastores viram uma grande luz e os magos seguiram a luz duma estrela. O profeta Simeão proclama que o Menino é luz das nações e já antes Zacarias, pai de João Baptista, tinha afirmado: «Graças ao coração misericordioso do nosso Deus, que das alturas nos visita como sol nascente, para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte...». As trevas que há em nós e no mundo precisam de se preparar para acolher a Luz, precisam de se converter, pois a Luz veio às trevas e estas não a receberam.
5º Mistério
Vivamos o Advento a pensar nos outros, sobretudo nos pobres, nos marginais, nos doentes, nos que mais precisam. Quantas pessoas sem casa, sem comida, sem emprego, sem amor, sem dinheiro, sem família! E quanto dinheiro mal gasto, quantas toiletes e banquetes supérfluos, quantas compras exageradas... e tantos a penar e a não terem pão para comer. Que podemos e devemos fazer para que o Natal dos outros seja melhor? Que vamos fazer para que os outros sejam mais felizes? Sejamos audazes nos rasgos concretos de generosidade, de amor, de dedicação. Vivamos o Advento preocupados em fazer bem, em inventar modos concretos de amar.