quarta-feira, 30 de setembro de 2009

OUTUBRO, "MÊS DO ROSÁRIO" !



A Virgem de Fátima trouxe-nos a mensagem do Santo Rosário que não passou de moda, como pensam alguns.
O rosário abrevia o essencial do Evangelho e coloca-o profundamente em nós, até que no coração se sinta o eco da Boa Nova de Deus. É como uma semente que se coloca no sulco e germina, cresce, amadurece, até que dá frutos de vida: os frutos do Reino.O rosário é uma oração que não se limita à simples repetição, como se estivesse carecida de criatividade, é antes como uma roda de moinho de água, que em cada movimento sempre traz algo de novo.
O rosário é como o búzio marinho que capta em si o eco de todo o canto do mar. Nunca nos cansamos de ouvi-lo, quando o colocamos nos nossos ouvidos.
O rosário é como a coroa de flores que os príncipes colocavam na fronte das suas amadas. Cada rosa e cada gesto é uma bela poesia de amor. É assim como nós tomamos esse rosário – ou coroa de rosas – para ir ao encontro de Jesus e de Maria, no amor da Santíssima Trindade.Por isso, Paulo VI dizia que, “se o rosário não for uma oração contemplativa, é um corpo sem alma, um cadáver” (Marialis Cultus, 47).
Por isso, orar com o rosário é muito mais do que parece à primeira vista. O importante do rosário é que, limitando a oração a poucas palavras, repetidas lentamente, o coração vai absorvendo no seu interior a luz de Deus que brilhou em Maria e somos assim conduzidos ao serviço ao mundo que a caracterizou.
O rosário, em síntese, centra-se na contemplação do Evangelho em comunhão com Aquela que guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração (Lc 2, 19).
Em cada dezena do rosário repousamos amorosamente as agitações da nossa respiração até que suscite no nosso coração orante uma dinâmica interior que remova da nossa vida as suas inércias e nos ponha a voar alto nas profundidades de Deus.
Por último: no mais recente Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida da Igreja, somos exortados a dar cada vez mais importância à leitura orante da Palavra de Deus. Aqui, também encontramos a oração bíblica da Ave-Maria, como uma escola de oração que acompanha o exercício espiritual da “Lectio Divina”.
A “Ave-Maria” é uma escola de oração bíblica.
Se tomamos consciência do valor de cada uma das suas palavras, a nossa oração crescerá mais pelas rotas do Espírito.
Não necessitamos de uma palavra que sirva de “manancial” inicial, porque esta já foi dada no “Pai-Nosso”, com o grito “Abbá”, o qual permanece no horizonte de toda a oração cristã.
Com a “Ave-Maria” o que fazemos é um aprofundamento.
Como o “Pai-Nosso”, a “Ave-Maria” tem dois movimentos que reproduzem o palpitar do coração: o duplo movimento oracional do louvor e da súplica.
O primeiro movimento é de louvor e começa com o “Ave Maria”. O segundo movimento é de súplica e começa com o “Santa Maria, Mãe de Deus”.
O mais belo é que, enquanto nos dirigimos a Maria em louvor e súplica, ao mesmo tempo, juntamente com Ela, nos dirigimos a Jesus, que é o motivo do nosso louvor e o fundamento de toda a invocação. Revivemos com Maria os mistérios salvíficos do seu Filho e com Ela os meditamos no nosso coração.
Ao mesmo tempo, juntamente com Ela, podemos pedir juntos a intervenção do Senhor pelas nossas necessidades particulares.
É interessante e sempre novo: trata-se de um exercício espiritual tremendo. Com este tipo de oração tão privilegiado, o nosso coração vive uma tripla atenção: a Maria, a Jesus e às necessidades actuais de todas as pessoas. Por isso, é algo actual e nunca passará.
Fonte: Voz da Fátima nº 1044

PAPA PRESIDIRÁ ÀS CELEBRAÇÕES DO 13 DE MAIO EM FÁTIMA, NO PRÓXIMO ANO !



Foi com “júbilo transbordante” que D. António Marto, bispo de Leiria–Fátima, confirmou a notícia da visita de Bento XVI a Portugal, para presidir à Peregrinação Internacional Aniversária, em Maio de 2010. Esta é uma “visita desejada de ambas as partes”, dá conta o bispo de Leiria–Fátima durante uma conferência de imprensa, no Santuário.
D. António Marto, juntamente com D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, fez o primeiro convite a Bento XVI, em 2006, para o Papa presidir à celebração dos 90 anos das aparições. O mesmo convite foi reiterado durante a visita Ad limina que a CEP realizou em Novembro de 2007. Do encontro pessoal, D. António Marto recorda as informações que o Papa procurou ter acerca “do número de peregrinos e sobre a nova Igreja da Santíssima Trindade”.
Em Julho passado, quando o Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária, D. António Marto manifestou o desejo de receber o Papa no Santuário de Fátima, manifestação que foi saudada por uma salva de palmas dos peregrinos presentes.
“Sei que o Núncio enviou essa mensagem directamente para o Vaticano”, indica D. António Marto que recebeu a confirmação da visita de Bento XVI no passado Domingo.
A “luz verde” para a divulgação da visita foi hoje dada pela Secretaria de Estado do Vaticano.
O convite para um Papa visitar um país parte dos bispos e da Conferência Episcopal mas o convite oficial tem de ser feito pelo Presidente da República. Cavaco Silva, na visita que fez ao Vaticano, manifestou a vontade, em nome do Estado, de receber Bento XVI em Portugal, ficando, assim, reunidas as condições para uma visita oficial. "Conjugou-se tudo”, indica o bispo de Leiria – Fátima.
“Eu sei que o Papa várias vezes referiu a sua intenção de vir a Fátima, faltava encontrar uma data na agenda das viagens”, indicou.
D. António Marto espera que a visita de Bento XVI seja igualmente “viva” tal como foram as que João Paulo II fez a Portugal em 1982, 1991 e 2000.
“Todos sabem que este Papa tem um afecto particular por Fátima. De todos os Papas, Bento XVI foi o que mais penetrou no coração da mensagem e a soube interpretar para os tempos de hoje”, reconhece o bispo de Leiria – Fátima referindo que o melhor artigo sobre Fátima “na forma de interpretação da mensagem tal como na apresentação literária” é o comentário teológico que Bento XVI fez à terceira parte do segredo de Fátima, em 2000.
D. António Marto indica que o actual Papa, embora não “tenha o carisma mediático de João Paulo II” tem “ternura, afabilidade e uma capacidade de comunicar com clareza com o povo, que as audiências mostram bem”.
A visita de Bento XVI a Fátima ocorre em dias de semana. D. António Marto afirma que se fosse durante um fim-de-semana “viriam mais peregrinos, mas as pessoas vão corresponder”.
“Espero que seja um momento para uma grande manifestação da vitalidade da Igreja em Portugal, que tem o seu coração espiritual em Fátima”, indica o bispo.

Fonte: Agência Ecclesia

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PEREGRINAÇÃO ANIVERSÁRIA DE SETEMBRO - "A BELEZA E FORMOSURA DE MARIA"


ABERTURA DA PEREGRINAÇÃO:
SÓ O AMOR DE DEUS NOS RENOVA

"Aqui viemos renovar a nossa esperança para resistir à cruz da nossa vida e para nos deixarmos atrair à beleza espiritual de Maria".
D. Carlos disse também que os peregrinos vêm a este santuário para pedir a Nossa Senhora ajuda para "preces que carregamos dentro de nós, motivados por situações da nossa vida e pela vida dos nossos irmãos".
D. Carlos Azevedo reforçou ainda que, "nesta peregrinação, queremos corresponder, com muito grato amor, aos apelos apresentados por Nossa Senhora em Fátima: conversão, mudança de vida, oração e contemplação”.
"Mãe do tempo novo, Senhora de Fátima e Nossa Mãe, és o sinal de que só Deus nos consola, nos transforma e nos renova para a construção do mundo ", concluiu.

HOMILIA DA EUCARISTIA DE 13.09.2009,
CELEBRADA NO RECINTO DE ORAÇÃO DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

IRRADIANTE E CONVINCENTE BELEZA ESPIRITUAL DE MARIA

1. A sede de maravilha, de admiração, é uma constante dos corações, constitui um peregrinar incessante da alma humana. Na arte, na poesia, na ternura da relação humana buscamos saciar esta sede de encanto.
A Igreja vai ao encontro desta busca ao convidar-nos, nesta liturgia, a contemplar, com íntima alegria, a beleza espiritual de Maria, a candura de Maria Imaculada. Para nós, a beleza consiste na santidade, em ser imagem da bondade e da fidelidade de Cristo, o mais santo e, por isso, “o mais belo entre os filhos dos homens” (Sl 44,3). Depois de Cristo, todo o esplendor das criaturas, plasmadas pelo Espírito criador de Deus, se reflecte no fulgor espiritual de Santa Maria. Ela é “espelho inefável de um pensamento de divina perfeição”, como disse Paulo VI, que, como poucos, delineou com vigor o vibrar da beleza espiritual de Maria. Nesta criatura vemos a luz irradiante do Espírito, graças à obra do artífice divino, do Supremo artista do universo. Em Maria, nós, Povo de Deus, reconhecemos o modelo realizado da verdade original a que os crentes são chamados, por puro dom de Deus.
Esta celebração canta e transpõe para Maria a sapiência divina. Na sua boca, como sede da Sabedoria incarnada, colocamos expressões sublimes como a de hoje: “Eu sou a mãe do amor formoso”. “Em mim está toda a graça do caminho e da verdade, em mim está toda a esperança da vida e da virtude”. Estes deliciosos textos da Sagrada Escritura tratam da sapiência divina, poeticamente personificada, como base das coisas criadas. A singular beleza de Maria decorre de ser expressão corpórea da beleza invisível.
Nela brilha o Hóspede que a habita, porque traz no seio e esplendor do Novo Adão. Nela começam a manifestar-se as maravilhas de Deus que o Espírito Santo realizará em Cristo e na sua Igreja. Para reconstruir o paraíso perdido, a primeira célula desse mundo novo será Maria, admirável mãe de Jesus.

2.Porque lhe chamamos formosa?

- Santa Maria é formosa, antes de mais, por ser “cheia de graça”, “adornada com os dons do Espírito Santo” (Col 3), plena da harmonia dos bens encantadores de Deus. “Alegra-te, cheia de graça“ é a saudação de inefável e exultante júbilo do mensageiro Gabriel. É significativo que a primeira expressão dirigida à Graciosíssima, no Novo Testamento, seja um convite à alegria, à formosura vibrante da graça de Deus. Como não há-de gozar de trepidante alegria aquela da qual nascerá Jesus, a alegria de todos os povos, o mais engraçado, o mais belo na plenitude de humanidade, imagem perfeita da santidade do Altíssimo. A beleza das coisas terrenas é pálida diante do fulgor da superabundante vida de Deus que habita Maria. A sua vocação única implica uma vontade de amor singular da parte de Deus-amor, que lhe oferece gratuitamente as primícias da plenitude da graça. Inaugurou-se um novo regime de beleza. Se Moisés, os patriarcas e profetas tiveram graça aos olhos de Deus, quanto mais a alma de Maria cheiinha, envolvida e plasmada pela beleza encantadora de Deus. Porque, agora, era a raiz da sua existência, o núcleo profundo da sua realidade que acolhia o Senhor, dava morada à Palavra.
- Santa Maria é também formosa por amar com amor formoso a Deus, a Cristo e a toda a humanidade. Deus primou nesta criatura toda a eficácia da sua graça. Em Maria tem início a maior das obras de Deus, na história humana e na vida do mundo. Mas não se reduz a uma perfeição pessoal, antes ordena-se a outros e atrai. A missão nova da cheia de graça, da mãe formosa corresponde a uma vasta e plena qualidade excepcional do seu amor, do seu programa de vida, dos traços admiráveis da sua maternidade virginal. Porque a beleza cristã não se separa da bondade, o cristão é chamado a fazer resplandecer Deus na própria vida. Ora a mais luminosa e irradiante realização é Maria, que atinge o auge, acima de qualquer ser humano.
- A Mãe de Cristo é, ainda, formosa por aderir e participar de modo admirável no mistério do seu nascimento, vida, morte e ressurreição, aderindo “com fortaleza e suavidade, com harmonia e fidelidade ao plano salvador de Deus”. (IGREJA CATÓLICA. Liturgia - Missas da Virgem Santa Maria: Missal. Coimbra: CEP, 1997, p.173). Esta plena adesão mostra a integridade da sua sublime beleza. Em todas as estruturas e dinamismos do seu ser é imagem da pureza absoluta, é luz brilhante, harmonia plena, integridade total. Esta beleza fora de série é densa e convincente. Realmente, uma obra-prima assim tem força de convicção irresistível e conquista os corações, mesmo rebeldes. Até incrédulos reconhecem em Maria uma beleza inatacável.

3. Caríssimos peregrinos:

Não é uma doçura descobrir em Maria como a transparência divina é uma possibilidade em nós? De facto, diz a Palavra hoje proclamada: “Quem trabalha comigo não pecará” porque o pecado é feio. “A vontade de Deus é que eviteis a impureza”. Deus não nos chamou para a impureza mas para a santidade. Este Santuário, ao escolher como tema deste mês: “o pudor protege o mistério da pessoa e do seu amor”, integrado no tema do ano: “os puros de coração verão a Deus”, está a indicar-nos um caminho, uma via de beleza para que quem escuta a Palavra: “Saiba possuir o seu corpo em santidade e honra, sem se deixar levar pelas paixões desregradas”. Encontrar a harmonia no corpo é uma graça que evita muitas desgraças, estragos da dignidade humana, deturpação do projecto belo e bom do nosso Deus.
A ausência de pudor conduz à provocação sedutora. A busca de excitação sensual no modo de vestir não condiz com a autêntica atracção, conduz a perder o verdadeiro fascínio que existe em cada criatura humana, banaliza a dignidade do corpo.
Há tanta diferença entre o fascínio de um olhar sorridente e puro, que aprecia a beleza humana e se eleva, e a sensualidade possessiva, que perturba, agita e desregula os comportamentos! Há tanta diferença entre o encanto da beleza inocente que suaviza a vida e a malícia do olhar, produto de mente obscurecida! Quando projectos políticos apenas ratificam a decadência humana, em lugar de dignificar a qualidade de vida e elevar o nível das relações e dos vínculos entre as pessoas, contribuem para tornar a vida feia e confundir as mentes.
Nós aqui estamos a contemplar Maria para purificar o nosso olhar. Como modelo inspirador e esperança consoladora, na beleza que nela resplandece, lavamos as seduções que nos arrastam e prendem, as atracções que nos desviam da fidelidade, as tentações que conduzem à perda da bela harmonia do corpo. Pelas lágrimas da penitência recuperamos a visão da beleza divina, falseada ou perdida nos desvarios contemporâneos. Temos necessidade de fixar a beleza de Maria porque os nossos olhos são ofendidos por imagens enganadoras de caducos e ilusórios impulsos. Precisamos de restaurar, nas nossas mentes e nos costumes à nossa volta, a experiência feliz do que é verdadeiramente belo. A Senhora de Fátima irradia para nós atitudes puras, grandes, fortes.
Perante esta criatura tão estupenda, tenho que terminar louvando a glória de Deus.
Te louvamos, Deus de infinita beleza, por esta “Senhora mais brilhante que o sol”. É luz inspiradora para redimirmos o nosso olhar de qualquer marca de falsa e inferior beleza. Seduz homens e mulheres para a santidade, como atrai artistas e poetas para a Beleza incontaminada. Motiva, qual Mãe do amor formoso, as comunidades cristãs a caminhar na perfeição, como concede aos doentes sentido e serenidade. Liberta a nossa consciência política para nos batermos, com determinação, por um Portugal e um mundo orientados por ideais dignos e nobres, mobilizadores da responsabilidade de todos, na alegria de unir vontades para ser mais belo viver.

D. Carlos Moreira Azevedo
Bispo auxiliar de Lisboa


Fonte: Santuário de Fátima

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ORAÇÃO DO PEREGRINO !



Senhor,

Que mandaste sair Abraão da sua terra,
E o defendeste em todos os caminhos

Que acompanhaste o Teu povo, errante no deserto

Que nos deste, nas visitas de Jesus, Teu Filho,
A cidade santa de Jerusalém,
Um modelo para as nossas peregrinações

Concede-nos a Tua protecção.
Ao longo de toda a viagem que vamos iniciar

Sê para nós
A sombra que protege do sol
O agasalho que defende do frio
O abrigo que resguarde da chuva e da intempérie

Anima-nos no cansaço
Socorre-nos nas dificuldades
Livra-nos dos perigos

Ensina-nos a aceitar a penitência da viagem
A sair do egoísmo para fazer comunidade
A ver-Te na beleza do mundo
A amar-Te nos homens, nossos irmãos
Ensina-nos a desculpar, a compreender,
A sorrir e a ajudar

Guiados por Ti, atingiremos o nosso fim
E reconfortados pela tua graça
Regressaremos são e salvos
Aos nossos lares e ao nosso trabalho

Confiados em Ti, caminharemos em paz
Até nos encontrarmos todos no céu.

Ámen

PEREGRINAR A PÉ A FÁTIMA !


Peregrino: aonde vais
se não sabes por onde ir?
Peregrino tens um caminho p’ra descobrir.
Se o deserto do teu viver
Dificulta a decisão,
Quem te guia e encoraja na solidão?

Refrão:
É só Ele, o meu Deus,
que me dá força e luz
É só Ele, o meu Deus,
que me conduz!
É só Ele, o meu Deus
que me dá força e luz
É só Ele, o meu Deus,
que me conduz!

Peregrino que vais andando
Sem um rumo no caminhar...
Peregrino que está cansado de tanto andar.
Tu que sofres a dura sede
Quando é que descansarás?
Volta, amigo, e vem de novo encontrar a paz.

Peregrino, sem um porquê
Peregrino vivendo a dor...
Peregrino, o teu caminho não tem valor.
Que encontras-te na solidão,
Que ilumina o teu caminho?
Peregrino quem te acompanha e te faz amar?